O acirramento da pandemia do novo coronavírus aumentou a busca por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No Espírito Santo, das 819 vagas nos hospitais públicos, só 69 estavam disponíveis na tarde desta quarta-feira (24). Uma taxa de ocupação que alcançou os 91,58%.
A escassez desta modalidade de leitos atinge um total de doze hospitais públicos que estão com todas as vagas ocupadas para tratamento exclusivo de pacientes com a Covid-19. São eles:
Em pronunciamento na última terça-feira (23), o governador Renato Casagrande alertou que o problema também atinge a rede privada. “Grande parte dos hospitais particulares não têm mais vagas de UTI”, disse.
No mesmo dia, um pouco antes, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, informou que estão internados em vários hospitais públicos pessoas que possuem planos de saúde ou condições de pagar unidades privadas. “São pacientes com planos de saúde, pessoas de classes sociais A e B, alguns que estavam em atividades turísticas no Espírito Santo, que foram contagiados e que não conseguiram nem internação e nem remoção para grandes hospitais privados de São Paulo que são referências no Brasil, e nem mesmo vagas nos hospitais privados do Espírito Santo”, relatou.
Também tem sido frequentes, segundo o secretário, a prospecção por vagas de UTI nos hospitais públicos. São familiares de pacientes que estão há muito tempo aguardando vagas em unidades privadas e sem perspectiva de consegui-las. “A crise é de todos. A pressão está sendo simultânea sobre a rede privada, filantrópica e pública”, assinala Nésio.
Paralelo ao crescimento da demanda por vagas, o Estado realiza a abertura de novos leitos de UTI. Nesta segunda-feira (22) foram abertas 20 novos leitos no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), o antigo São Lucas. E ainda mais 7 vagas da mesma modalidade no Hospital Vitória. Para esta quarta-feira (24) está prevista a inauguração de mais algumas unidades na Santa Casa de Misericórdia de Vitória.
Nos primeiros 23 dias de março já foram abertos 94 novos leitos. O Estado passou de 724 leitos exclusivos para UTI para 818. No mesmo período foram internados 222 pacientes a mais. Eram 525 internações no dia 1º e no dia 23 o total chegou a 747. "Pedimos para que você se recolha, fique em casa. É bom que tenhamos empatia para não fracassarmos como sociedade e podermos reduzir óbitos e internações", disse Casagrande.
Pela terceira vez o Estado volta a registrar um elevado número de mortes pela Covid-19. Nesta quarta-feira (24) foram registradas 57 óbitos, totalizando 7.110 provocados pelo coronavírus desde o início da pandemia, em março de 2020. Os dados são do Painel Covid-19, ferramenta da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Nesta terça-feira (23) tinha sido atingido o pico mais elevado de vidas perdidas, alcançando 72 pessoas, praticamente uma morte a cada 20 minutos. Foi a maior quantidade de mortes de toda a pandemia. Até então, o recorde pertencia ao dia 22 de junho do ano passado, com 59 óbitos.
Para conter o avanço do contágio e reduzir a pressão sobre o sistema de saúde público e o privado, o governador anunciou, na terça-feira (16), uma quarentena de 14 dias em todo o Espírito Santo. As medidas vão ser adotadas entre os dias 18 a 31 e março, e afetam comércio e serviços não essenciais, que vão permanecer fechados neste período.
As medidas estão sendo adotadas, segundo Casagrande, em decorrência do aumento do número de óbitos, de contagiados e da ocupação de leitos hospitalares em decorrência da Covid-19.
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