Um tremor de terra de magnitude preliminar 1.4 foi registrado no município de Pancas, Noroeste do Espírito Santo, na noite desta terça-feira (13). Segundo a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), o evento ocorreu às 20h14 e foi registrado pelas estações operadas pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (Sismousp).
O abalo sísmico foi sentido na região de Lajinha, que fica no interior do município. Os moradores relataram terem ouvido uma forte explosão seguida de um tremor de terra por volta das 20h.
Pouco tempo depois, a Defesa Civil de Pancas se manifestou, confirmando o tremor e afirmando que acionou a Defesa Civil Estadual para avaliar o que está acontecendo na região.
Em conversa com a reportagem de A Gazeta, a doutora em Geologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Luiza Leonardi Bricalli, afirmou que os tremores ocorridos em Pancas têm relação com as falhas geológicas e com o movimento das placas tectônicas. Segundo a especialista, a magnitude dos tremores de Pancas (1.3, 1.4 e 1.7) são baixas, não geram grandes danos, e nada têm a ver com o trabalho de pedreiras na região.
"O Brasil está localizada sobre uma placa tectônica. Pancas, especificamente, fica em uma região onde temos uma concentração de grande falhas geológicas. Essas falhas são grandes fendas que temos no planeta. Elas prolongam, se iniciam em Vitória, passam por Colatina, Pancas e um pedacinho de Minas Gerais. É um conjunto grande de falhas e fraturas no sentido noroeste que se movimentam. Ao se movimentarem, geram os tremores. Além disso, temos o próprio movimento das placas tectônicas, que causa uma tensão sobre a própria placa. A compressão delas faz com que as estruturas geológicas se movimentem", explicou.
"Dificilmente esses tremores vão causar algum dano, no máximo, rachaduras em paredes. Mas esses tremores não têm a ver com pedreiras. São de origem natural e detectados pelos sismógrafos que temos na região. O estrondo muito forte é semelhante. Muitas pessoas pensam que não temos terremotos no país, mas temos, só que são de magnitude baixa", finalizou.
De acordo com a RSBR, o último abalo sísmico registrado em Pancas ocorreu em 26 de maio e teve magnitude 1.7. Antes deste, no dia 12 de maio, um outro evento de magnitude 1.3 foi registrado na região.
Conforme indicado pela Defesa Civil de Pancas, em caso de ocorrências ou acidentes, a população deve entrar em contato com o órgão através do número (27) 99603-1484 ou com o Corpo de Bombeiros pelo 193.
A Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) é a organização pública responsável por monitorar a sismicidade do território nacional através de suas quase 100 estações sismográficas espalhadas pelo país. As estações são operadas pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis/UnB), Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) e Observatório Nacional (ON). A RSBR conta ainda com o apoio do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).
Após a publicação da reportagem, a doutora em Geologia Luiza Leonardi Bricalli, que também é professora da Universidade Federal do Espírito Santo, explicou o que aconteceu em Pancas. O texto foi atualizado.
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