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Tripulação que saiu da BA com destino ao ES segue desaparecida

Tripulação que saiu da BA com destino ao ES segue desaparecida

Embarcação saiu de Alcobaça no último dia 6, com previsão de chegar ao Estado no dia 20. Marinha informou que não realiza mais as buscas, mas segue emitindo avisos por rádio

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 16:34

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Após uma semana desde o início das buscas por quatro pescadores profissionais que desapareceram em alto-mar, a Capitania dos Portos no Espírito Santo informou que ainda não foram encontrados os tripulantes da embarcação "Vivendo na Fé". No dia 6 de outubro, os homens embarcaram em Alcobaça, na Bahia, com destino ao Estado capixaba. Na manhã do último dia 27, foi recebido um aviso da Rádio Costeira de Itapemirim informando que um barco emborcado havia sido visto a cerca de 50 milhas náuticas (100 km) ao leste de Regência, em Linhares — apesar da comunicação, a Marinha não confirmou a localização da embarcação.

Pescadores
Antônio Luiz, Rogério, Imaclei e José Henrique são os quatro pescadores desaparecidos. (Arquivo das famílias)

Segundo a Marinha, foram realizadas buscas com apoio da Lancha "Curimatá", dos Navios-Varredores "Atalaia" e "Araçatuba", subordinados ao Comando do 2º Distrito Naval e provenientes de Salvador (BA), além da aeronave do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (Notaer). "No total, foram percorridos mais de 1.000 quilômetros quadrados entre os municípios de Vitória e Regência, sem indício dos tripulantes desaparecidos", disse o órgão, em nota.

O órgão informou ainda que foram contactadas as colônias de pesca da Região Norte, para que as embarcações que estivessem navegando nas proximidades pudessem apoiar e contribuir com informações relevantes, bem como os órgãos que realizam monitoramento das praias no Estado, para informarem qualquer fato novo que pudesse ajudar na procura pelos desaparecidos.

Veio ao ES
A embarcação Vivendo na Fé, que saiu de Alcobaça, na Bahia, e desapareceu em alto-mar no ES. (Arquivo Pessoal)

Entretanto, a Marinha informou que, no momento, não faz buscas no mar, mas que continuam sendo emitidos avisos via rádio diariamente a todas as embarcações e aeronaves que trafegam e sobrevoam a região de buscas, com informações sobre o ocorrido. O órgão explicou que somente serão feitas novas buscas mediante conhecimento de fatos novos.

De acordo com informações da Marinha, as causas e responsabilidades do acidente serão apuradas no Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), conduzido pela Capitania dos Portos do Espírito Santo. Após a conclusão do inquérito e o cumprimento das formalidades legais, o documento será encaminhado ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação e dará vista à Procuradoria Especial da Marinha para a adoção das medidas previstas.

A proprietária da embarcação, Suellen Lyrio, disse que as famílias também estão fazendo buscas por conta própria. "Estamos nos comunicando com alguns pescadores, colônias, rádios de barcos e com os Bombeiros. Infelizmente, a Marinha não vai continuar as buscas com navegação, somente com comunicação por rádio, pelo que nos foi dito", explicou.

Segundo ela, os pescadores passaram cinco dias pescando na Bahia e, durante esse período, foi mantido contato com eles. "Depois desses dias, a embarcação veio descendo para Vitória, pela região de São Mateus, onde o mestre do barco é acostumado a pescar. Eles teriam um período de 14 ou 15 dias no mar. Ou seja, deveriam ter chegado em Vitória no máximo no último dia 20", disse.

O QUE DIZ FAMÍLIA DE UM DOS DESAPARECIDOS

Capitania dos Portos
Famílias de tripulantes desaparecidos aguardam informações. (Roberto Pratti)

A vendedora Camila Santos Nascimento, de 31 anos, é filha de Rogério de Oliveira Nascimento, de 58 anos, um dos desaparecidos. À reportagem, afirmou, nesta quarta-feira (03) que ainda não recebeu nenhuma informação. "Uma coisa é que há muita falta de esclarecimento. No dia em que estivemos na frente da Marinha, o responsável falou que mandou alguém ao local onde o barco se encontra e, chegando lá, o barco já não estava mais no local. E outra coisa que está martelando a minha mente é sobre a questão dos coletes, não sei se o barco tinha", lamentou.

Ela disse que o pai saiu de casa, no bairro Bom Pastor, em Viana, no dia 27 de setembro e seguiu de ônibus, acompanhado do irmão, para pescarem juntos em Alcobaça, cidade baiana.

QUEM SÃO OS DESAPARECIDOS?

Antônio Luiz Rodrigues Pereira, de 57 anos, mestre do barco, com mais de 40 anos de experiência.

Rogério de Oliveira Nascimento, de 59 anos.

Imaclei Pinheiros Neves, 33 anos, estava na primeira viagem em alto-mar.

José Henrique Lopes da Silva, de 47 anos.

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