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Tubulação de água em Vitória deve ser 100% trocada com auxílio de robôs

Tubulação de água em Vitória deve ser 100% trocada com auxílio de robôs

Cesan planeja mudar todo o sistema de abastecimento da Capital e expandir serviço para cidades como Guarapari, Serra, Vila Velha e Cariacica

Vitória

Publicado em 13 de agosto de 2024 às 18:04

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Robôs auxiliam no processo do Método Não Destrutivo
Robôs auxiliam no processo do Método Não Destrutivo . (Divulgação / Cesan)
João Barbosa
Repórter / [email protected]

A rede de abastecimento de água em Vitória deve ser trocada de forma integral com o auxílio de robôs. O serviço, que já teve início  e prevê mudança, reparo ou ampliação da tubulação em toda a Capital, usa o método não destrutivo (MND), tecnologia originária da Alemanha, cujas ferramentas reduzem os impactos no trânsito durante as obras. O modelo é utilizado para assentamento de novas tubulações subterrâneas em áreas onde a escavação se apresenta inviável, como em travessias abaixo de rodovias e centros urbanos de alto fluxo.

O método permite a redução considerável de abertura de valas com uma técnica adaptável a diversos tipos de solo, possibilitando controle de profundidade e distância das perfurações, menor interrupção no tráfego de veículos e de pessoas, além da redução de custo operacional. Para efeito de comparação, serviços que demorariam três meses podem ser concluídos em três dias.

Em conversa com a reportagem de A Gazeta, o presidente da Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan), Munir Abud, explicou que as redes de abastecimento de água em Vitória foram danificadas em decorrência do envelhecimento natural e da falta de manutenção adequada nos últimos 50 anos, o que motiva os reparos.

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O índice de perda de água em Vitória era muito alto, e interrupções no abastecimento eram frequentemente causadas pela má qualidade das redes. Isso nos levou à necessidade urgente de substituição. Optamos por métodos que permitem reconstruir, reparar e expandir as redes de maneira ágil, minimizando os transtornos para a população durante as obras

Munir Abud
Presidente da Cesan
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Tecnologia faz o uso de robôs para avaliação dos danos
Tecnologia faz o uso de robôs para avaliação dos danos nas tubulações. (João Barbosa)

Como funciona o MND?

  • Inicialmente, são abertas janelas no asfalto: uma para entrada e outra para saída dos tubos, em um espaço de 100 a 120 metros;
  • Com o auxílio de equipamentos robotizados, é feito um estudo abaixo da superfície, para que o caminho ideal dos tubos seja encontrado sem conflitar com outras instalações, como as de gás, internet ou esgoto;
  • Com o auxílio de máquinas, o furo embaixo do asfalto é alargado e, após o "raio-X" do solo, os tubos são encaminhados e instalados;
  • Após a vedação da nova instalação, em poucas horas o curso da água pode ser reestabelecido.

"Como exemplo, na Avenida Leitão da Silva, nós temos obras em um trecho de 1,2 quilômetro. Sem o MND, teríamos que abrir uma vala de 5 metros de largura por toda a extensão do trecho a ser trocado. Com o MND, abrimos janelas de 1m x 1,80m para a passagem dos tubos. Nesse processo, conseguimos instalar certa de 120 metros de tubos por operação", explica Samuel Reis, engenheiro civil do setor de operações e manutenções da Cesan.

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O que demoraria três meses com uma grande vala aberta, conseguimos fazer em três dias com o método não destrutivo

Samuel Reis
Engenheiro Civil
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Os tubos antigos da tubulação na Capital são feitos de fibrocimento, ferro fundido, aço e PVC. Com a troca, são instalados tubos de Polietileno de Alta Intensidade (PEAD), que têm durabilidade mínima de 80 anos e são mais leves e resistentes que os demais materiais.

O objetivo é que o método seja usado também em outras cidades capixabas. “Iniciamos a substituição em locais como Leitão da Silva, Avenida Vitória e, em breve, começaremos na Avenida Maruípe, assim como nos bairros Praia do Canto e Mata da Praia. Nosso objetivo é expandir esse método para todo o Espírito Santo, começando por Vitória e Guarapari”, detalhou Munir Abud, sinalizando que, apesar dos trabalhos iniciados, os cronogramas estão sujeitos a alteração e não há prazo concreto para conclusão de toda a troca.

Economia de recursos

Para o presidente da Cesan, um dos benefícios ligados à troca da tubulação é a redução do desperdício de água. “Cerca de 40% da água tratada em Vitória é perdida devido a vazamentos e ligações clandestinas. Com a melhoria das redes, podemos reduzir essas perdas, melhorando o abastecimento em até 40%”, ponderou.

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Além dos benefícios financeiros, a substituição das redes melhora a qualidade da água distribuída, reduzindo o risco de rompimentos e interrupções no fornecimento

Munir Abud
Presidente da Cesan
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Segundo a Cesan, as intervenções na Capital serão realizadas principalmente durante a noite para evitar interrupções no tráfego de veículos.

“Além disso, implementamos redes de bypass para garantir que não haja suspensão no abastecimento durante as obras. Essas medidas têm sido eficazes em Guarapari e serão replicadas em Vitória e outras cidades”, disse Munir Abud. Segundo o presidente, para garantir o abastecimento contínuo, a Cesan quadruplicou a frota de caminhões-pipa, assegurando que qualquer eventualidade durante as obras seja atendida.

Quebra-quebra do asfalto

Equipes da Cesan durante trabalho na Reta da Penha, em Vitória
Equipes durante trabalho na Reta da Penha, em Vitória. (Divulgação / Cesan)

Questionado sobre obras em vias onde o recapeamento asfáltico foi realizado recentemente pela Prefeitura de Vitória, como a Avenida Maruípe, e o trecho da Dante Michelini entre Jardim da Penha e Jardim Camburi, Munir sinalizou que a administração municipal tem ciência das obras previstas pela Cesan.

“A Cesan não realiza obras em Vitória, a não ser em caráter emergencial, sem anuência da prefeitura, que conhece nosso cronograma e colabora conosco para planejar onde serão realizadas as obras [...] Em relação aos impactos na pavimentação asfáltica, nossa abordagem facilita a recomposição do pavimento e nos responsabilizamos pela reparação e entrega do asfalto da forma que o encontramos”, pontuou.

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Diversos fatores foram considerados para as obras: idade da tubulação, desgaste e recorrência de vazamentos

Munir Abud
Presidente da Cesan
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Gustavo Perin, secretário Municipal de Obras de Vitória, afirmou que todo o trabalho de recapeamento do asfalto e dos serviços na tubulação é feito em conjunto entre o Executivo municipal e a Cesan.

"Em 12 de março (deste ano), a Cesan nos apresentou toda a metodologia de planejamento da execução. Então trabalhamos de forma alinhada em variadas vias. O programa de recapeamento da prefeitura começou em setembro (de 2023) e combinamos com a Cesan para que eles começassem pela Leitão da Silva, antes de intervenções em vias onde temos projetos mais avançados", explicou o secretário.

Segundo a Prefeitura de Vitória, já foram recapeadas 82 ruas e avenidas em 13 bairros, totalizando o equivalente a 67 quilômetros de uma via de mão dupla e faixa simples na Capital.

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