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Ufes busca nova análise na AGU para tentar manter professora no cargo

Ufes busca nova análise na AGU para tentar manter professora no cargo

Universidade informa que encaminhou, nesta sexta (19), à Advocacia-Geral da União o parecer sobre exoneração de Jacyara Paiva para obter reanálise do processo

Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 20:32

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Ufes, Vitória
Campus de Goiabeiras da Ufes. (Ricardo Medeiros)
Felipe Sena
Repórter / [email protected]

Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) divulgou, na noite desta sexta-feira (19), um comunicado informando que encaminhará a decisão judicial e o parecer de força executória que pedia a exoneração da professora Jacyara Paiva à Subprocuradoria de Consultoria Jurídica da Advocacia-Geral da União (AGU). O objetivo é obter reanálise do processo e possíveis interpretações que possibilitem manter a professora no cargo, conforme texto publicado no site da universidade.

De acordo com o comunicado, o encaminhamento adotado foi proposto pelo procurador federal na Ufes, Francisco Vieira Lima, e  contou com a participação do futuro reitor e da futura vice-reitora da universidade, Eustáquio de Castro e Sonia Lopes. 

>> VEJA TAMBÉM: Procuradoria dá parecer favorável a exoneração de professora da Ufes

Relembre

Jacyara foi aprovada para o cargo de professora efetiva em concurso realizado em 2013. Ela, então, aguardou ser convocada, até que em 2017 um novo edital foi aberto com vaga para o mesmo cargo para o qual ela havia sido aprovada. Como o processo seletivo do qual participou ainda era válido, a docente questionou, na Justiça, o edital de 2017, buscando sua nomeação com prioridade.

Ufes busca nova análise na AGU para tentar manter professora no cargo
Jacyara Paiva pode ser exonerada após parecer da Procuradoria Federal
Jacyara Paiva pode ser exonerada após parecer da Procuradoria Federal. (Arquivo pessoal)

A Justiça concedeu uma liminar a favor da professora, que ingressou no quadro do Departamento de Linguagens, Cultura e Educação, pertencente ao Centro de Educação da universidade. O processo seguiu em litígio, tendo de um lado a Ufes e, do outro, a professora. Até que, em 2018, tanto a reitoria quanto o departamento no qual a professora está vinculada manifestaram interesse na permanência de Jacyara no cargo de docente e o arquivamento da ação, como conta a professora.

Quando o caso chegou ao Tribunal Federal da 2° Região (TRF2), porém, uma decisão derrubou a liminar que mantinha a professora no cargo. O processo foi às instâncias superiores, que mantiveram a decisão do TRF2. Em dezembro de 2023, Jacyara foi comunicada de um parecer de força executória da Procuradoria Federal pedindo sua exoneração. De um lado, a universidade alega que não tem autonomia e que apenas age de acordo com a orientação expedida pela AGU. Do outro, a docente e sua defesa alegam que a decisão da Justiça não pede sua exoneração e reforçam que, em 2018, a Ufes manifestou desejo de encerramento do litígio. 

Novo capítulo

Procurada durante a semana, a Ufes manteve o posicionamento de que a decisão é externa e impõe à universidade o dever de agir diante da lei. Assim, por esse entendimento, caberia à instituição fazer cumprir um acórdão do Tribunal Federal, que já foi definido na última instância da Justiça, o STF.

Ao anunciar a decisão, o reitor Paulo Vargas reforçou o posicionamento afirmando que cabe à Ufes apenas agir de acordo com a lei e de acordo com a orientação expedida pela AGU, que tem competência de assessorar os órgãos do Poder Executivo, orientando sobre os efeitos, a abrangência e o teor das sentenças e acórdãos. Na quinta-feira (18), ele disse que aceitou receber manifestações das entidades que defendem a professora, mas afirmou que, como servidor e gestor público, deve agir de acordo com o que estabelecem a legislação vigente e as decisões do Poder Judiciário.

Agora, com a participação do futuro reitor e da futura vice-reitora da Ufes, Eustáquio de Castro e Sonia Lopes, a universidade tenta obter reanálise do processo e possíveis interpretações que possibilitem manter a professora no cargo.

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