Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) desenvolveu uma câmara capaz de destruir o novo coronavírus em objetos.
O primeiro protótipo, batizado de "Covidkiller", está sendo usado na desinfecção de equipamentos hospitalares recebidos para manutenção no Centro Tecnológico (CT) da universidade.
Para destruir o vírus, os pesquisadores montaram uma estrutura de 1,8 metro e instalaram lâmpadas que geram radiação ultravioleta (UV-C) no interior dela.
Os professores testaram a capacidade destrutiva da câmara em bactérias e observaram que, ao serem expostas à radiação, a estrutura delas era completamente destruída, com o rompimento da parece celular.
Segundo o professor do curso de Engenharia Elétrica da Ufes, Celso Munaro, a radiação com UV-C usada na câmara tem o potencial de danificar também o DNA de vírus. Com isso, exposto ao aparelho, o coronavírus perderia a capacidade de reprodução e perderia a capacidade de infecciosa.
"A radiação ultravioleta tem a capacidade de inibir a ação de bactérias e vírus. Um vírus que seja exposto a essa radiação, ele não consegue mais infectar células humanas. Qualquer material que for colocado dentro dessa câmara, após cinco minutos estará completamente livre de vírus e bactérias", explicou Murano.
Porém, a câmara só pode ser usada para objetos. Em seres humanos, a radiação é nociva e pode causar problemas para saúde.
"É por isso que essa câmara é totalmente fechada. A radiação interna não vem para a parte externa. Ela pode causar câncer de pele e ela afeta a retina dos olhos, podendo cegar quem se submeter a essa radiação", esclareceu.
Durante o período da pandemia, cerca de 100 aparelhos respiradores usados no tratamento de pacientes de Covid-19 foram encaminhados para reparo no Centro Tecnológico da Ufes. Desses, mais de 20 já foram consertados, desinfectados e devolvidos aos hospitais.
"Antes desse aparelho, a gente fazia uma desinfecção básica com produtos químicos. Agora a gente coloca o respirador dentro da câmara e ficou mais seguro para todos fazer esse tipo de limpeza dos equipamentos", contou o engenheiro pesquisador do projeto, Caio Santos.
A Ufes informou que o grupo já está trabalhando em novas versões de protótipos para a esterilização de objetos, como Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), e para higienização de ambientes.
De acordo com o professor Celso, o grande desafio para superar a pandemia do novo coronavírus é reduzir a capacidade de propagação do vírus. Por causa disso, o grupo estuda o uso da radiação UV para a desinfecção de coisas que são mais difíceis de limpar com álcool e sabão, como equipamentos eletrônicos e espaços, como salas de aula.
Com informações do G1 ES
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