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Ufes recebe equipamento para ajudar pacientes com dificuldade de andar

Ufes recebe equipamento para ajudar pacientes com dificuldade de andar

Novidade de alta tecnologia fará parte do Laboratório Caminhar, que busca desenvolver pesquisas para a recuperação do movimento de caminhar

Publicado em 15 de julho de 2023 às 19:56

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Ufes recebe equipamento para ajudar pacientes com dificuldade de andar
Ufes recebe equipamento para ajudar pacientes com dificuldade de andar. (Ufes)

Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) recebeu o primeiro conjunto de equipamentos de alta tecnologia, que fará parte do Laboratório Caminhar. O espaço tem o intuito de desenvolver pesquisas para a recuperação do movimento de caminhar em pacientes com disfunção da marcha.

Uma dessas ferramentas é o exoesqueleto de alta tecnologia Lokomat, que está na Clínica Escola Interprofissional em Saúde da Ufes sob responsabilidade dos fisioterapeutas Fernando Zanela e Lucas Nascimento, professores do Departamento de Educação Integrado em Saúde.

A Ufes é a única universidade federal com esse equipamento, adquirido com recursos de emenda parlamentar do ex-deputado federal Felipe Rigoni, atual secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, a partir de edital público de seleção. Além disso, o Espírito Santo é um dos poucos estados do Brasil a possuir o Lokomat – já em operação em São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte.

Além das pesquisas, os professores pretendem, futuramente, promover ações de extensão e atendimento junto à comunidade capixaba.

O foco da pesquisa dos professores envolve a recuperação do movimento a partir do equipamento robótico de reabilitação de marcha, produzido pela indústria suíça Hokoma. O Lokomat pode ser acoplado a um paciente que sofreu danos no sistema nervoso para fazê-lo andar sobre uma esteira. O movimento realizado, sob a orientação de fisioterapeutas, é semelhante ao natural, e contribui para estimular áreas do cérebro relacionadas ao processo fisiológico do caminhar.

“A fisioterapeuta da empresa fabricante veio ao estado para treinar a equipe que utilizará o Lokomat. Convidamos três pacientes para testar a máquina. Em um dos pacientes, que ficou paraplégico devido a lesão com arma de fogo, foi possível testar o equipamento e observar como funciona em todo o corpo”, afirma Zanela.

O professor, que havia visitado a fábrica suíça antes de receber o Lokomat, acrescenta que há evidências científicas de avanços no tratamento com o uso do equipamento.

“É um equipamento caro, custa cerca de R$ 1,5 milhão, mas as evidências apontam bons resultados em casos agudos recentes, com a aceleração da recuperação da marcha em pacientes vítimas de acidente cardiovascular cerebral (AVC)”, detalha.

Na Ufes, além desse equipamento, os recursos da emenda parlamentar de R$ 2,5 milhões possibilitaram também também possibilitaram a aquisição de uma esteira adaptada para pacientes neurológicos com suporte parcial de peso e de um sistema de análise de movimento humano de última geração, com oito câmeras com luz infravermelha, que capta de forma detalhada as disfunções de movimento que dificultam a recuperação das funções e da marcha, possibilitando ao fisioterapeuta orientar a pessoa em tratamento com mais precisão.

Expectativa

O paciente Caio Rodriguez, de 29 anos, que sofreu lesão na medula há quatro anos e não movimenta as pernas, ficou muito feliz com o resultado de sua primeira experiência no Lokomat. Ele fez uma sessão de 30 minutos no equipamento, acompanhado de seu pai, Fabrício Costa.

"Foi fantástico! É um privilégio termos a oportunidade de fazer um tratamento de alto nível aqui no Espírito Santo. É uma alegria muito grande poder vislumbrar a melhoria da qualidade de vida do meu filho e de tantas pessoas que sofrem com as barreiras da falta de acessibilidade, do capacitismo e do desrespeito aos direitos das pessoas com deficiência", afirma.

Ufes recebe equipamento para ajudar pacientes com dificuldade de andar
Na foto, Caio (sentado na cadeira de rodas) e seu pai com a equipe da pesquisa. (Ufes)

Costa contou que, antes de seu filho aceitar participar, questionou por que deveria ir, uma vez que não é possível garantir quais serão os resultados para o seu caso específico.

"Ele acabou aceitando participar para contribuir não só para a sua própria melhoria da qualidade de vida, mas também para viver esse momento histórico para a Ufes, para os cidadãos capixabas, e contribuir para a inovação e para o avanço da ciência. Estamos otimistas, com realismo", acrescentou.

A partir de estudos liderados por Zanela e Nascimento, os equipamentos adquiridos serão utilizados para orientar pacientes que tiveram traumatismo craniano encefálico, doença de Parkinson, AVC e outras doenças neurológicas que impactam o ato de caminhar.

"Temos interesse em expandir não só as pesquisas, mas também os atendimentos à comunidade. No entanto, para isso, precisaremos de parcerias", relatou Zanela.

*Com informações da Ufes

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