Com as aulas suspensas desde o dia 17 de março de 2020, a Universidade Federal do Espírito Santo ainda não tem previsão do retorno presencial completo, apesar da autorização do governo do Estado para que esse modelo de ensino fosse adotado desde o dia 21 de junho.
Segundo a pró-reitora de Graduação, Cláudia Gontijo, dois motivos impedem o retorno no momento. O primeiro tem relação com as condições epidemiológicas, analisadas pelo Comitê Operativo de Emergência para o Coronavírus da Ufes (COE-Ufes), composto por profissionais de diversas áreas, principalmente da saúde; o segundo é o corte no orçamento das universidades, que impacta diretamente na adoção de protocolos definidos pelo próprio Ministério da Educação (MEC).
“O MEC definiu um protocolo de biossegurança que requer mais orçamento, entretanto o que houve neste ano foi um corte significativo das verbas destinadas à universidade para custeio, recursos de capital e assistência estudantil. Nos laboratórios em que cabem 10 alunos, caberão apenas cinco para respeitar o distanciamento. Precisamos abrir janelas em diversas salas de aula e mudar a estrutura física de muitos espaços para adquirir a ventilação necessária para que vírus não circule. Mas, no momento, não temos orçamento para isso”, explicou.
Cláudia Gontijo acrescenta ainda que, no momento, retornar às aulas presenciais por completo sem condições para investimentos em infraestrutura é contribuir para que a pandemia perdure por mais tempo no Espírito Santo.
No momento, a Ufes adotou o Ensino-Aprendizagem Remoto Temporário e Emergencial (Earte) para a continuidade das atividades estudantis. Os alunos dos cursos de Biomédicas são os únicos que têm o ensino híbrido durante a pandemia.
“Entendemos que os estudantes da área da saúde já têm em sua rotina, principalmente em ambientes hospitalares e laboratórios da universidade, uma rotina de biossegurança. Apesar disso, estamos fazendo adequações necessárias com um orçamento muito enxuto para atender estudantes de Odontologia, por exemplo, em salas e espaços adequados”, explica.
Em maio deste ano, a Universidade anunciou que, devido a cortes sucessivos nos orçamentos dos últimos cinco anos, a Ufes estava diante de uma situação orçamentária que poderia impactar fortemente suas atividades acadêmicas e administrativas.
Segundo a universidade, os cortes no orçamento em 2021, se comparado a 2020, correspondem a 18,2% nos recursos provenientes do Tesouro para custeio, 22,8% nos recursos de capital e 18,3% nos de assistência estudantil. O valor equivale a R$ 18.498,103.
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