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Ufes suspende atividades e tem protesto contra corte de R$ 6 milhões

Ufes suspende atividades e tem protesto contra corte de R$ 6 milhões

Bloqueio no orçamento deve deixar 14,7 mil estudantes sem bolsas e sem auxílio estudantil, podendo comprometer pesquisas; manifestações acontecem em Goiabeiras e Maruípe nesta quinta (8)

Publicado em 8 de dezembro de 2022 às 08:53

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Ato na Ufes contra o bloqueio no orçamento
Ato na Ufes contra o bloqueio no orçamento. (Paulo Ricardo Sobral)

Estudantes, professores e servidores que trabalham e estudam no campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Goiabeiras, Vitória, promovem um ato na manhã desta quinta-feira (8) em repúdio ao bloqueio no orçamento das instituições federais de ensino superior, anunciado em decreto do governo federal no dia 1º de dezembro. O corte deve deixar 14,7 mil estudantes sem bolsas e auxílio estudantil, o que pode comprometer o avanço das pesquisas, por exemplo. Na Ufes, mais de 5,4 mil estudantes ficarão sem o benefício e, no Ifes, o número chega a 8,5 mil.

O grupo se manifesta em uma das entradas da Ufes em Goiabeiras, com faixas e cartazes contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Há cadeiras e cavaletes no trecho.

Em nota divulgada na manhã desta quinta-feira (8), a Administração Central da Ufes comunicou que, por conta do bloqueio dos acessos aos campi de Goiabeiras e Maruípe, as atividades acadêmicas e administrativas dos dois locais estão suspensas.

Em entrevista ao repórter Paulo Ricardo Sobral, da TV Gazeta, a vice-presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes), professora Jacyra Paiva, afirmou que o bloqueio deixo o orçamento da Ufes ainda mais comprometido, inviabilizando pagamento de energia elétrica e limpeza, por exemplo.

Jacyra Paiva, vice-presidente da Adufes
Jacyra Paiva, vice-presidente da Adufes. (Luciney Araujo)

Jacyra Paiva ainda chamou atenção para o efeito do bloqueio na vida acadêmica dos estudantes. De acordo com a vice-presidente da Adufes, 50% dos estudantes da Ufes ingressaram na universidade por meio de ações afirmativas e necessitam do auxílio para sobrevivência.

Aspas de citação

Precisamos manifestar nosso repúdio ao novo calote que ocasionou o desamparo dos bolsistas. Esse novo bloqueio, que já é o segundo esse ano, impacta na permanência dos estudantes e no pagamento de despesas. Estamos experimentando cortes há muitos anos por esse governo que elegeu a universidade como inimigo número um. Experimentamos cortes que estão estrangulando o orçamento. Isso é temerário

Jacyra Paiva
Vice-presidente da Adufes
Aspas de citação

Jacyra Paiva classificou que é "impossível" o funcionamento da universidade após o bloqueio anunciado.

O corte também afeta bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado que recebem pela Capes. A nível nacional, o impacto também chega ao pagamento das bolsas aos residentes nos hospitais universitários. O decreto zerou a verba do Ministério da Educação (MEC) para gastos considerados “não obrigatórios”, como bolsas estudantis, salários de terceirizados e pagamentos de luz e água.

Os cortes na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) totalizam quase R$ 6 milhões e, diante dessa situação, o reitor Paulo Vargas anunciou, na reunião do Conselho Universitário na manhã de terça-feira (6), que não haverá pagamento de bolsas e auxílios neste mês de dezembro, visto que o corte deixou a instituição sem recurso para cobrir as despesas. Os valores são pagos, segundo a universidade, até o quinto dia útil do mês.

O Ifes reiterou que, diante das restrições orçamentárias impostas nos últimos anos, sempre trabalhou para manter seus compromissos em dia, especialmente com os estudantes. A instituição continua atuando junto com o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) para tentar reverter a situação.

O Ministério da Educação foi procurado pela reportagem de A Gazeta para comentar os cortes, mas não houve retorno.

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