O último paciente com Covid-19 internado no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, recebeu alta na manhã desta quinta-feira (7), após 23 dias internado. Almir Teixeira dos Santos, de 66 anos, chegou a passar cinco dias intubado durante esse período.
Desde o início da pandemia, o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves foi o centro de referência para tratamento de pessoas contaminadas pela Covid-19 no Espírito Santo. A diretora técnica do Jayme, Juliana Tavares, explica que, a partir desta quinta, a unidade volta a ser um hospital de perfil clínico e cirúrgico, sem leitos exclusivos para a Covid-19.
O médico Pedro Figueiredo, que acompanhou Almir durante a internação, o considera um guerreiro, e conta que, em alguns momentos, ele esteve entre a vida e a morte.
“A recuperação dele é um grande marco. Isso faz lembrar todos os casos que passaram por aqui, todos os pacientes que a gente conseguiu ajudar, algumas situações que a gente não conseguiu reverter, mas conseguimos cuidar de todos eles. Então ver a história do senhor Almir hoje é relembrar tudo isso e a certeza de que a gente conseguiu vencer essa situação.”
A irmã de Almir, Ilda Teixeira Julião, conta que foi a primeira vez que ele teve o diagnóstico da doença, e que só descobriu que havia sido contaminado pelo coronavírus ao ser internado. “Ele tem alguns problemas, teve um ataque epiléptico e chamei o Samu. Depois ele foi diagnosticado.”
E complementou: “Ele entrou bem ruinzinho. Não ficou muito tempo intubado, ficou uns cinco dias só, e está bem melhor, graças a Deus. Muita gente vem e não volta e ele, graças a Deus, está voltando. Todo mundo está alegre, contente. Todo mundo está esperando ele. Ele é muito querido.”
Ilda se reveza com outro irmão para cuidar de Almir, que há anos lida com um problema de saúde. Ele já havia recebido pelo menos duas doses da vacina contra a Covid-19 e, na avaliação dela, foi o imunizante que garantiu sua recuperação.
Desde o início da pandemia, o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves teve ampliação de leitos específicos para receber pacientes contaminados pela Covi-19. Na UTI, passaram de 47 para 258; na enfermaria, de 375 para 383 – e reforço no quadro de profissionais.
O número de médicos que atuam no local passou de 627 para 841, enquanto o número geral de trabalhadores saltou de 1.904 para 2.539, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Foram 13.339 pacientes atendidos em dois anos, sendo que 81 vieram de outros Estados, como Amazonas e Santa Catarina.
A diretora técnica do Jayme, Juliana Tavares, explica que, a partir desta quinta-feira (7), a unidade deixa de ter leitos exclusivos para a Covid-19, mas isso não significa que pessoas contaminadas não poderão mais ser tratadas no local.
“Não haverá nenhum impedimento para ser tratado aqui. Temos toda a estrutura. Isso não é problema. Mas hoje não temos mais leitos exclusivos para Covid. Todos os leitos do Jayme estão sendo transformados em clínicos e uma parte em cirúrgicos, para voltar a atender a população como um todo. Representa um marco, um ciclo que está se fechando.”
*Com colaboração de Vitor Jubini
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