Na noite do dia 17 de janeiro de 2020, Iconha, no Sul do Espírito Santo, viveu um dos momentos mais difíceis do município. A chuva forte que atingiu a região fez o rio que corta os distritos e bairros da cidade subir oito metros e transbordar, destruindo pontes e invadindo casas e o comércio e deixando fortes cenas de destruição.
Depois da tragédia, foi preciso encontrar forças para recomeçar a se reerguer em meio ao caos. Agora, 12 meses após a enchente, ainda tem gente trabalhando muito para reconstruir o que perdeu. As marcas do dia 17 de janeiro permanecem no município.
Na casa do José Maurício Ferreira, a reforma ainda está em andamento. Já a filha dele, ainda não teve coragem de retornar para a casa. “Tudo que tem na casa foi comprado depois da enchente. A casa da minha filha havia acabado de ficar pronta, no dia da enchente, mas ela não consegue voltar, porque o rio está com areia e ela está com medo. Ela vai dar um tempo”, contou o aposentado.
Muitas lojas fecharam as portas e não retomaram as atividades, mas boa parte dos comerciantes se organizaram e retomaram os atendimentos. “Com a fé em Deus voltamos. Tivemos a ajuda de todos. Os clientes vieram pagar e os fornecedores que foram parceiros e prorrogaram os títulos que tinha em aberto”, disse a comerciante Mônica Bianchini.
Segundo a prefeitura, algumas famílias de Iconha ainda recebem aluguel social e mais de 400 receberam o cartão-reconstrução. “As casas que foram danificadas que estão às margens do rio e não podem mais serem reformadas, o município está em diálogo com essas famílias para dar condição desta casa ser feita em outro lugar, desde que a pessoa tenha uma área, ou se não tiver, o município está buscando áreas para construção dessas novas casas”, explicou o prefeito Gedson Paulino.
Sobre o rio, o prefeito disse que a administração municipal está, junto ao governo do Estado, providenciando para os próximos meses o desassoreamento do rio para que a água das chuvas não voltem a invadir as casas.
O hospital do município, que também ficou inundado, passou por obras e voltou a funcionar meses após a enchente. “Foi uma noite que a gente achava que não ia terminar. Removemos pacientes do segundo para o terceiro andar. Tudo muito rápido”, disse a técnica de enfermagem, Lesangela Casteglione.
Para reconstrução das pontes e estradas destruídas, o município conta com as equipes do governo estadual. “São oito pontes em Iconha, totalizando R$ 10 milhões, e mais R$ 25 milhões na recuperação da rodovia que liga Iconha até Vargem Alta. São reconstruções como essas que a gente está demarcando depois de um ano”, afirmou o governador Renato Casagrande.
A solidariedade vinda de várias partes do Estado e do país, fez a diferença para os moradores atingidos. “Nós vencemos através da ajuda. Se não fosse a ajuda das pessoas, a nossa fé, a solidariedade e principalmente a esperança, a gente não estaria se reerguendo com essa força de vontade”, disse a moradora Bárbara Volponi, gerente de cultura e turismo de Iconha.
O trabalho de limpeza, reforma e reconstrução está registrado além da memória do morador de Iconha. As fotos tiradas por quem acompanhou tudo, estão expostas na escadaria da igreja, no Centro da cidade.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta