A Unidos da Piedade abriu os desfiles do Grupo Especial neste sábado (11). Com o enredo "Bino Santo e as lutas que ecoam no morro", a agremiação que ostenta mais títulos no Carnaval de Vitória mostrou no Sambão do Povo a relação de São Benedito com a construção da cultura popular do Centro da Capital.
A escola levou para a avenida um desfile repleto de emoção ao falar da relação da comunidade com o padroeiro, com muitas figuras religiosas presentes em seus carros alegóricos. O sinal verde para a agremiação começar seu show foi pontualmente às 22h, e o destaque ficou por conta da a iluminação especial na passarela do samba, apresentando as cores da escola: verde, vermelho e branco.
O segundo carro representava a Igreja do Rosário, no Centro, com muitas imagens de santo, inclusive São Sebastião e São Francisco. E a terceira alegoria apresentava o berço do samba, o Morro da Fonte Grande com boêmios, ritmistas e figuras populares do morro.
Mas um problema no terceiro carro, que precisou fazer manobras complicadas para ficar alinhado na pista, acabou fazendo a escola extrapolar o tempo permitido, além de terem se formado alguns buracos na avenida durante a evolução. A escola encerrou o desfile com 1 hora, 6 minutos e 57 segundos, quase 5 minutos a mais do limite pelo regulamento, que é de 62 minutos.
Um dos mais aplaudidos pelo público foi Edson Papo Furado. Verdadeira lenda viva do samba com seus 83 anos, o fundador e primeiro intérprete da Piedade não puxou o grito da escola, como fazia nos outros anos, mas esteve como destaque no terceiro e último carro.
A comissão de frente apresentou escravos, colonizadores e lavadeiras, São Benedito e um padre franciscano. A ala de abertura veio com tripé representando uma igreja com vitrais de onde o santo saía para curtir a folia. Logo depois, alas coreografadas empolgavam os foliões.
A passagem da bateria Ritmo Forte agitou o público, inclusive com paradinhas, comandada pelo mestre Terêu, e seu filho Ícaro Mathias, de sete anos, que participava de seu primeiro desfile. A rainha de bateria Rose de Oliveira veio representando a rosa vermelha ofertada para o santo negro. Ao passar pela avenida, jogava rosas para o público.
Um cachorrinho roubou a cena na avenida, ao acompanhar os condutores do segundo carro alegórico, inclusive ajudando a empurrá-lo pelo Sambão do Povo.
Emocionado ao fim do desfile, o presidente da Piedade, Valdeir Lopes de Sá, disse que ficou feliz com a apresentação da "mais querida" e ressaltou as dificuldades financeiras enfrentadas para levar a apresentação para o Sambão do Povo.
Deu samba
Apresentar um enredo sobre o padroeiro da região da comunidade levou muita emoção para o Sambão do Povo, com destaque para os carros alegóricos da Igreja do Rosário e também o último, representando a Fonte Grande, que trazia o primeiro intérprete da Piedade. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Weskley Blank e Andressa Cadete, também teve destaque, pedindo sempre para o público cantar junto com a escola.
Atravessou
A Piedade teve problemas para deslocar o terceiro carro e também formou alguns buracos ao longo da avenida, inclusive próximo da cabine de jurados junto ao recuo da bateria. O resultado: fez um desfile em 66 minutos e 57 segundos, quase cinco minutos a mais do permitido.
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