Usar máscara pode ser essencial para diminuir a taxa de transmissão do novo coronavírus, achatar a curva da Covid-19 e, assim, evitar uma segunda onda da doença o que poderia resultar, consequentemente, em menos restrições socioeconômicas. O parecer é de um novo estudo realizado pela Universidade de Cambridge, da Inglaterra.
De acordo com as informações divulgadas pela BBC, a pesquisa indica que a adoção de lockdown precisaria ser acompanhada do uso massivo de máscaras para impedir ou, pelo menos, diminuir o crescimento do número de novos casos, já que elas funcionam como uma barreira para as gotículas de saliva, um dos meios pelos quais o coronavírus é transmitido.
Para obter as novas evidências, os autores levaram em conta os possíveis estágios de infecção das pessoas e a transmissão do vírus pelo ar ou pelas superfícies, ambos combinados com medidas de distanciamento social. Além de considerar a taxa de transmissão, que precisa ser menor que o número 1 para que a pandemia seja contida. Aqui no Espírito Santo, por exemplo, a terceira fase do inquérito sorológico realizado pelo Governo do Estado apontou que a atual taxa de transmissão em território capixaba está em 1.6.
O resultado? Se as pessoas sempre usarem máscaras nas ruas, a transmissão do coronavírus diminui em duas vezes, se comparada ao cenário em que os indivíduos só utilizam a proteção após apresentarem algum sintoma da Covid-19. Se metade da população agir desta forma, a taxa de transmissão poderia chegar a menos de um, aponta o estudo.
O estudo inglês também mostrou que as máscaras de pano já exigidas no dia a dia do capixaba são benéficas e diminuem fortemente a taxa de transmissão do novo coronavírus. As máscaras caseiras, que retêm 50% das partículas de saliva, são uma tecnologia barata e eficaz, defendeu o coautor Chris Gilligan.
As conclusões obtidas pela Universidade de Cambridge estão de acordo com o que mostrou outro estudo realizado pela Universidade Texas A&M, dos Estados Unidos, que também aponta que o uso de máscara, associado às medidas de distanciamento social, é uma forma de interromper a cadeia de transmissão da Covid-19.
Embora no início da pandemia a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendava o uso de máscara apenas a profissionais da saúde, essa orientação mudou em abril, quando a entidade passou a defendê-lo como parte de uma estratégia abrangente a fim de ajudar a barrar o contágio pelo novo coronavírus.
No mesmo mês, o Ministério da Saúde também passou a recomendar o uso de máscaras caseiras à população. Há dois meses, no Espírito Santo, tal utilização passou a ser uma exigência para clientes e funcionários do comércio; e, depois, em maio, se tornou obrigatória para comércio, indústria, serviço e passageiros do Transcol.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta