Uma questão que todo mundo quer a resposta: quando a vacina para o novo coronavírus estará disponível para toda a população? De acordo com os especialistas que participaram do segundo Talk Show CBN 2020, a imunização em massa deve começar no primeiro semestre do ano que vem.
O encontro foi transmitido na rádio CBN Vitória e no site A Gazeta, nesta quarta-feira, e contou com a presença do Secretário de Estado da Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes; da epidemiologista Ethel Maciel; e do médico Luis Fernando Correia. A mediação foi da apresentadora e editora-chefe da emissora, Fernanda Queiroz.
Nossa linha do tempo está jogando para o final do ano uma vacina a ser apresentada aos órgãos reguladores dos países, que, no caso do Brasil, é a Anvisa. Os órgãos terão que avaliar os dados dos estudos, as necessidades e os danos que as vacinas causam. O público em geral deve começar a ser vacinado no meio do primeiro semestre de 2021 para frente, acredita Luis Fernando.
A grande dificuldade, de acordo com o médico, será a logística dessa vacinação porque será preciso imunizar em média, idealmente, de 70% a 75% da população mundial. A gente vai estar falando de alguma coisa aí perto de 4 bilhões de pessoas, explica.
Segundo Ethel, não é preciso se preocupar com os efeitos colaterais da imunização, "já que o Sistema Único de Saúde (SUS) até hoje somente liberou vacinas que eram seguras e há profissionais muito qualificados no Brasil responsáveis por esse processo".
De acordo com o médico e a epidemiologista, por conta da experiência com a pandemia do Sars, em 2002 e 2003, e do Mers, em 2015, ambos da família coronavírus, algumas linhas de pesquisa de vacina já vinham sendo desenvolvidas e esses estudos puderam ser aproveitados. Para Ethel, no caso da Covid-19, outro fator que está beneficiando os estudos é que o novo coronavírus até o momento não apresentou grandes mutações.
A durabilidade das vacinas, no entanto, ainda não é conhecido. Isso deve ser definido ao final dos estudos de fase 3. Já sabemos que algumas vacinas, como a russa, terão que ser administradas em duas doses para que se possa atingir a imunidade, relata.
Conforme informado pelo secretário Nésio Fernandes, o governo do Estado monitora todas vacinas que estão em desenvolvimento em busca de uma que seja segura e eficaz. O Espírito Santo não possui atividade estatal de produção e comercialização de produtos farmacêuticos, mas, segundo Nésio, acompanha junto ao Ministério da Saúde as ações para a disponibilização aos usuários do SUS.
Estados que realizaram acordos para comercialização da vacina, como Paraná, São Paulo e Bahia, possuem fundações, institutos e entidades públicas ligadas à indústria de medicamentos, testes, vacinas e comercialização de produtos medicinais. Esses estados atuam como mediadores da produção/comercialização dos itens citados, em especial ao Ministério da Saúde, que disponibilizará a vacina adquirida via Programa Nacional de Imunização., conta o secretário.
Para Ethel, nunca houve tantos estudos de uma doença em um curto espaço de tempo, com tantos dados disponíveis de forma transparente. Além disso, com o conhecimento adquirido com a Covid-19, pesquisas para outras enfermidades serão beneficiadas. Foram desenvolvidas tecnologias que vão nos colocar, no ponto de vista de pesquisa, em outro patamar, acredita Ethel.
Para fechar a edição deste ano do evento, escolhemos um tema que todo mundo quer a resposta. Quando a vacina vai chegar, se o país e o Espírito Santo terão condições de imunizar a população em massa, quais vacinas estão sendo desenvolvidas mais rápido, expectativas reais para elas começarem a ser comercializadas; para responder a essas questões e às dúvidas do público tivemos os maiores especialistas para conversar, relata Fernanda.
Para saber tudo sobre o assunto, reveja o evento, disponível no vídeo acima.
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