Desde o mês de março quem mora no Espírito Santo convive com o novo coronavírus. Declarado como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a nova doença tomou conta dos noticiários, virou pauta nas discussões familiares e mudou a rotina das pessoas.
Chamam a atenção os números crescentes de óbitos, índice de ocupação de leitos ou taxa de transmissão da doença. No entanto, nas últimas semanas, o comportamento do vírus no Estado atesta para um cenário de redução dos indicadores e avanços no combate à Covid-19. Além disso, testes com vacinas produzidas em várias partes do mundo começam a mostrar resultados positivos.
Para a pós-doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espirito Santo (Ufes), Ethel Maciel, as medidas de distanciamento social, suspensão de atividades escolares e restrições ao comércio ainda precisam ser mantidas.
O mundo conta com mais de 100 vacinas contra a Covid-19 em estudo. Dessas, 21 já são testadas em seres humanos. Um estudo publicado em um revista científica nesta terça-feira (14) informou que o composto desenvolvido pela empresa de biotecnologia americana Moderna teve os resultados preliminares positivos.
Segundo o artigo, a mRNA-1273, como a vacina foi batizada, induziu resposta imunológica de combate ao Sars-CoV-2 nos 45 participantes do estudo. Anticorpos neutralizantes do novo coronavírus foram detectados por dois métodos em todas as pessoas imunizadas.
Os anticorpos são proteínas que o corpo produz ao entrar em contato com um microrganismo invasor, como um vírus. O corpo pode produzir diversos tipos de anticorpos, e alguns deles possuem ação neutralizante que combate o avanço de uma infecção.
Já a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, e testada em diversos países, entre eles o Brasil, poderá ter o registro liberado em junho de 2021. Os testes da Coronavac - em desenvolvimento pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac -, vão começar a ser realizados a partir do dia 20 de julho com voluntários no Brasil.
A taxa de transmissão do novo coronavírus no Espírito Santo tem apresentado queda, segundo levantamentos realizados por técnicos do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), do Departamento de Matemática da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
A taxa é baseada em um cálculo que mede a velocidade em que o vírus se dissemina na população. A Grande Vitória chegou a registrar índice de transmissão de 0,92 no dia 26 de junho. Mas, após análise dos dados consolidados do Painel Covid-19, a taxa ficou em 1,09 para o mesmo dia.
Em 3 de abril, por exemplo, a taxa de transmissão da Grande Vitória era de 3,6. Ou seja, 10 pessoas contaminadas transmitiram para 36 (10 x 3.6) pessoas. Com a queda para 1,09, são 10 pacientes que contaminam 10 pessoas.
A redução da transmissão da Covid-19 na Grande Vitória já vinha sendo observada, mas um novo levantamento do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE) conseguiu definir o momento em que a curva da doença começa a apontar para baixo: foi a partir do dia 11 de junho, após três semanas de estabilização.
Um dos dados que indicam a gravidade da Covid-19 é o número de mortes provocadas pelo vírus. O Estado registrou, nesta quarta-feira (15), 14 óbitos provocados pelo novo coronavírus. O número corresponde ao menor registro diário dos últimos dois meses.
O Estado já havia registrado queda no número de mortes na semana passada, mas dias depois voltou a ficar no grupo dos que apresentavam estabilidade. Na terça-feira (14), no Espírito Santo e em outros 10 estados o número de mortes pelo novo coronavírus era considerado estável. Já nesta quarta-feira, a taxa de mortes caiu 24% em território capixaba e o Estado voltou para o grupo dos que apresentam tendência de queda.
Há pelo menos 45 dias o Espírito Santo não apresentava taxa de ocupação de leitos de UTI mais baixa do que a marcada desta quarta-feira (15), de 78,13%. Percentual menor do que este foi registrado em 30 de maio, quando a taxa foi de 76,26%.
A taxa de ocupação de leitos de UTI no Estado vinha atingindo níveis mais elevados, alcançando marcas próximas aos 87%. Somente a Região Metropolitana teve registros ainda maiores, próximo aos 90%. O percentual vinha sendo reduzido pela Sesa com a criação de novos leitos a partir da compra de mais respiradores.
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