O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (1) informações sobre as primeiras ações a respeito da vacinação contra a Covid-19. A previsão é de que a imunização tenha início em março e termine em dezembro de 2021. De acordo com o ministro Eduardo Pazuello, o Brasil começará a receber as vacinas em janeiro e fevereiro.
Os primeiros a receberem a vacina serão os profissionais da área de saúde, idosos a partir de 75 anos ou maiores de 60, mas que vivam em asilos ou instituições psiquiátricas, além da população indígena. A escolha dos grupos prioritários nestas etapas consta em um plano do governo e que determinou ainda que o plano de vacinação seja divido em quatro fases. Confira os detalhes:
Nesta primeira etapa, serão vacinados 14 milhões de pessoas. Além dos idosos com 75 anos ou mais, indígenas e profissionais de saúde, serão imunizados também idosos acima de 60 anos que estejam em asilos ou instituições similares. A estimativa é de que sejam utilizadas 29,4 milhões de doses nesta fase e que ela dure cinco semanas.
Pessoas entre 60 e 74 anos serão vacinadas, começando dos mais velhos para os mais jovens. A ordem prevista é: primeiro os de 70 e 74 anos, em seguida 65 e 69, e 60 a 64. Nesta etapa está prevista a vacinação de 21 milhões de pessoas.
Nesta etapa estão previstas a imunização de 12,6 milhões de pessoas e o público alvo são os maiores de 18 anos com as seguintes comorbidades: diabetes, hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, transplantados de órgãos sólidos, pacientes com anemia falciforme, câncer (com diagnóstico nos últimos cinco anos) e obesidade grave (IMC acima de 40).
A última fase prevê a imunização dos profissionais de áreas consideradas essenciais: professores do nível básico ao superior, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e a população privada de liberdade.
De acordo com o plano de vacinação do governo, elaborado pelo grupo de trabalho responsável por criar as estratégias no país, o Brasil deve adotar três tipos de vacina contra a Covid-19 em 2021.
Ethel Maciel, epidemiologista capixaba, membro da equipe que aponta quais grupos prioritários poderão receber a vacina primeiro, conta que está prevista a aplicação de três fórmulas diferentes: da Oxford/AstraZeneca; CoronaVac; e a fabricada pela Moderna, através da Aliança Covax - consórcio firmado pelo Brasil junto à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ethel adianta que a vacina produzida pela farmacêutica AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, estará com certeza no plano de vacinação de 2021, pois o governo federal já fez acordo para a compra de milhões de doses, e a organização está com uma parceria de transferência de tecnologia para a Fiocruz.
Por meio de um acordo com a OMS, o Brasil também irá receber a fórmula da Moderna, ao custo estimado de R$ 2,5 bilhões, com doses suficientes para 10% da população. O diferencial da vacina da Moderna é que ela pode ser armazenada a -20ºC, diferente da produzida pela Pfizer que necessita de armazenamento especial a -70ºC, por exemplo.
Já o Coronavac, feita no Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com um laboratório chinês, utiliza uma tecnologia de cultivar o vírus em laboratório e depois o inativar. Esse organismo é capaz de gerar uma resposta do corpo ao entrar em contato com o "vírus real".
O Ministério da Saúde informou por meio de nota de que esse cronograma consta de definições preliminares da estratégia de vacinação contra o novo coronavírus e que possui 142,9 milhões de doses garantidas, por meio de acordo entre a Fiocruz, AstraZeneca e a Covax Facility, numa iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda não há informação sobre como será a vacinação do restante da população.
Também não há previsão de doses para a rede particular, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Inicialmente toda produção inicial será destinada para os governos e disponíveis ao Sistema Único de Saúde (SUS), para o grupo prioritário.
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