A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está investigando o primeiro caso suspeito de varíola dos macacos no Espírito Santo. Nesta quarta-feira (15), a pasta tomou ciência de que um tripulante estrangeiro, de 44 anos, apresentou sintomas da doença. Ele é comandante de um navio de carga que saiu da Singapura e está ancorado na costa capixaba.
"Ao ser avaliado pela equipe médica responsável pela embarcação, o paciente relatou febre de início súbito na última quinta-feira (9) e erupções cutâneas que progrediram pelo corpo nas 48 horas seguintes. Ele disse ainda que não teve contato com pessoas com a doença ou suspeita dela", afirmou a Sesa.
De acordo com a pasta, o homem foi internado nesta quarta-feira (15) em uma área de isolamento de um hospital na Grande Vitória e "apresenta bom estado geral". O material coletado dele foi enviado ao laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para confirmação ou descarte da doença.
Ainda segundo a Sesa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também já está monitorando o caso. A reportagem de A Gazeta demandou o órgão federal em busca de mais detalhes e, assim que houver retorno, este texto será atualizado.
Até esta quarta-feira (15), o Brasil possui cinco casos confirmados da varíola dos macacos: três em São Paulo, um no Rio de Janeiro e um no Rio Grande do Sul. Todos em homens adultos. A primeira confirmação se deu na quinta-feira (9), na capital paulista, cujo paciente havia viajado recentemente à Europa.
No histórico recente, o primeiro caso europeu foi registrado em 7 de maio deste ano, em uma pessoa que havia retornado para a Inglaterra, após uma viagem à Nigéria — país da África onde a doença é considerada endêmica. Desde então, pelo menos 1.500 se contaminaram ao redor do mundo.
Apesar de ter tomado os noticiários recentemente, a varíola dos macacos foi descoberta na década de 1950, após dois surtos em colônias desses animais, que eram mantidos para pesquisas. Já o primeiro caso humano foi registrado na década de 1970, no Congo, país africano.
De acordo com informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os sintomas costumam durar entre duas e três semanas, consistindo em: febre, dor de cabeça, dores musculares e erupções cutâneas, geralmente no rosto, na palma das mãos e na sola dos pés.
De maneira geral, são duas as variantes principais da doença. A mais grave delas, conhecida como "cepa do Congo", pode chegar a 10% de mortalidade. Já a outra, denominada popularmente de "cepa da África Ocidental", tem uma taxa de letalidade bem menor, próxima de 1%.
O vírus causador pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, além de objetos compartilhados. Por isso, a Anvisa sugeriu que os brasileiros usem máscaras, reforcem a higienização e façam o distanciamento social para evitar a transmissão.
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