Exames feitos pelo Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen) descartaram "diagnósticos diferenciais" no homem estrangeiro de 44 anos que está com suspeita de varíola dos macacos. O resultado negativo para as doenças que podem ser identificadas pelo Estado foi divulgado nesta segunda-feira (20) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Outra análise, que poderá confirmar o diagnóstico, segue em andamento na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na última quarta-feira (15), o indivíduo havia sido internado após apresentar sintomas da doença, como febre e erupções cutâneas. Apesar de já ter recebido alta hospitalar, ele permanece isolado, segundo a Sesa. O paciente é comandante de uma embarcação que saiu de Singapura e atracou na costa capixaba.
Na sexta-feira (17), o subsecretário Luiz Carlos Reblin explicou, em entrevista à CBN Vitória, que os exames feitos no Lacen-ES poderiam confirmar que o paciente tinha outra doença — excluindo, por consequência, a varíola dos macacos. Agora, se ela for confirmada, o homem seguirá isolado.
"Ele foi internado em um hospital particular, onde foi coletado material para monkeypox e outras doenças. Cada hospital tem uma área de isolamento. Aqui na Grande Vitória temos o Hospital Universitário e o Hospital Estadual de Vila Velha como referências para este tipo de caso, que requer isolamento", disse.
A reportagem de A Gazeta questionou a Secretaria de Estado da Saúde para saber quando o resultado do exame feito no Rio de Janeiro deve ficar pronto. Assim que houver um retorno, este texto será atualizado. Por enquanto, a pasta informou que não há novos casos suspeitos da varíola dos macacos no Estado.
Até esta segunda-feira (20), o Brasil possui oito casos confirmados da varíola dos macacos: quatro em São Paulo, dois no Rio de Janeiro e dois no Rio Grande do Sul. A primeira confirmação se deu na quinta-feira (9), na capital paulista, cujo paciente havia viajado recentemente à Europa.
No histórico recente, o primeiro caso europeu foi registrado em 7 de maio deste ano, em uma pessoa que havia retornado para a Inglaterra, após uma viagem à Nigéria — país da África onde a doença é considerada endêmica. Desde então, pelo menos 1.500 se contaminaram ao redor do mundo.
Apesar de ter tomado os noticiários recentemente, a varíola dos macacos foi descoberta na década de 1950, após dois surtos em colônias desses animais, que eram mantidos para pesquisas. Já o primeiro caso humano foi registrado na década de 1970, no Congo, país africano.
De acordo com informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os sintomas costumam durar entre duas e três semanas, consistindo em: febre, dor de cabeça, dores musculares e erupções cutâneas, geralmente no rosto, na palma das mãos e na sola dos pés.
De maneira geral, são duas as variantes principais da doença. A mais grave delas, conhecida como "cepa do Congo", pode chegar a 10% de mortalidade. Já a outra, denominada popularmente de "cepa da África Ocidental", tem uma taxa de letalidade bem menor, próxima de 1%.
O vírus causador pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, além de objetos compartilhados. Por isso, a Anvisa sugeriu que os brasileiros usem máscaras, reforcem a higienização e façam o distanciamento social para evitar a transmissão.
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