Em tempos de isolamento social, por conta da pandemia de Covid-19, uma campanha nacional quer ajudar as vítimas de violência doméstica a denunciarem suas agressões. A ideia é que a mulher consiga gritar por socorro com apenas um sinal: um X vermelho na palma da mão. O pedido de ajuda deve ser feito nas farmácias.
No Espírito Santo, 10 redes de farmácias estão credenciadas para participar da campanha promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), com o apoio do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
A mulher agredida vai se identificar somente mostrando um X vermelho na mão ou papel. Se ela não estiver acompanhada, o atendente a levará para um local mais reservado da farmácia para a acolher, pegar informações, como nome, endereço e telefone, e ligará para o 190. Se a vítima estiver acompanhada, o atendente tentará conseguir tais informações de forma discreta.
De acordo com a Coordenadora Estadual de enfrentamento à Violência Doméstica, Juíza Hermínia Azoury, a ideia é incentivar as denúncias, uma vez que os casos de agressão cresceram durante a pandemia do novo coronavírus.
"O objetivo é incentivar a denúncia por meio desse símbolo, o sinal vermelho. Nessa época de pandemia, as mulheres estão confinadas com os seus próprios agressores. Entre março e abril, o índice de feminicídio aumentou 22,2% no Brasil. As chamadas para o 190 tiveram um aumento de 34% nesse mesmo período, comparado com o período do ano passado", afirma a juíza.
Ainda segundo a Juíza Hermínia Azoury, os farmacêuticos e atendentes apenas ajudarão a mulher a fazer a denúncia de agressão. Não serão considerados testemunhas, logo, não precisarão ir à delegacia prestar nenhum depoimento.
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