A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) mudou a rotina de hábitos comuns. Andar de ônibus, por exemplo, tornou-se uma necessidade com alto risco de contaminação. A quarta fase do inquérito sorológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apontou que 29,1% dos capixabas que testaram positivo para a doença passaram mais de 30 minutos dentro dos ônibus. Mas, seguindo alguns protocolos de proteção, é possível reduzir as chances de contágio durante as viagens.
Com a flexibilização de funcionamento do comércio, lanchonete, restaurantes e academias, feita pelo governo do Estado, a tendência é que mais pessoas saiam de casa e usem o transporte público, serviço que o infectologista Lauro Pinto define como "uma das maiores fragilidades do Brasil". Para piorar, relatos de ônibus superlotados estão frequentes na Grande Vitória.
Segundo o médico, uma viagem de cerca de 20 minutos em um ônibus cheio, por exemplo, pode significar um grande risco de contaminação.
Como forma de proteger-se do coronavírus ao andar de ônibus, o médico aconselha que o passageiro use a máscara de forma correta - tampando o nariz e a boca, e evite falar durante as viagens - para não permitir que a máscara fique úmida de saliva e gotículas possam ser expostas. Ele também orienta a nunca tocar no rosto e sempre fazer a higienização das mãos após o trajeto.
"Nem todo mundo pode lavar a roupa sempre que andar de ônibus. Mas é bom ficar pelo menos três dias sem usar a peça. Eu não me preocupo tanto com os tecidos porque para que o material fique contaminado é necessário que alguém espirre ou cuspa em você, de alguma forma. A maior preocupação é realmente no contato com as pessoas. Quanto mais distante das pessoas, melhor. Mas como fazer distanciamento de um metro em ônibus?", indaga.
Sobre a aglomeração, o médico diz que uma alternativa seria se os empregadores negociassem uma mudança nos horários de entrada e saída de trabalho dos funcionários para evitar aglomeração em horário de pico. Quem não precisa usar o ônibus para trabalhar, deve aproveitar para escolher fazer as viagens nos horários em que o transporte fique mais vazio ou aguardar um próximo coletivo que esteja menos cheio.
No final de junho de 2020 A Gazeta publicou que boa parte dos contaminados pelo novo coronavírus no Espírito Santo podem ter sido infectados enquanto utilizavam o transporte público já que 29,1% dos capixabas que testaram positivo passaram mais de 30 minutos dentro dos ônibus, onde quase nunca é possível respeitar a distância mínima de um metro, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A informação partiu da quarta fase do inquérito sorológico, que entrevistou 1.147 indivíduos que utilizaram o serviço por mais de meia hora. Quantidade que correspondeu a 23,5% dos entrevistados, mas cuja representatividade saltou quase seis pontos percentuais se comparado com o número total de pessoas que testaram positivo.
"Na quarta etapa, incluímos um dado novo no questionário para poder avaliar a correspondência com o uso do transporte público. Nós percebemos que aqueles que passam de 30 a 60 minutos dentro do transporte público possuem uma chance maior de serem infectados pelo novo coronavírus", explicou o Secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, na época.
Essa maior exposição também foi registrada entre aquelas pessoas que utilizaram o serviço pelo menos quatro vezes por semana. Diante da amostra total da pesquisa, elas representavam 16%. No entanto, dentro do número de casos positivos, elas passaram a ser 21,9%.
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