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Veja como se proteger do coronavírus ao andar de ônibus

Veja como se proteger do coronavírus ao andar de ônibus

Para tentar diminuir os riscos de contágio, passageiros devem ter cuidados redobrados com as máscaras, roupas e higiene das mãos

Publicado em 23 de julho de 2020 às 11:20

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imagem mostrando o risco de contaminação pelo coronavírus
Ônibus lotado aumenta o risco de contaminação pelo coronavírus. (Freepik)

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) mudou a rotina de hábitos comuns. Andar de ônibus, por exemplo, tornou-se uma necessidade com alto risco de contaminação. A quarta fase do inquérito sorológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apontou que 29,1% dos capixabas que testaram positivo para a doença passaram mais de 30 minutos dentro dos ônibus.  Mas, seguindo alguns protocolos de proteção, é possível reduzir as chances de contágio durante as viagens. 

GRANDE RISCO DE CONTAMINAÇÃO

Com a flexibilização de funcionamento do comércio, lanchonete, restaurantes e academias, feita pelo governo do Estado, a tendência é que mais pessoas saiam de casa e usem o transporte público, serviço que o  infectologista Lauro Pinto define como "uma das maiores fragilidades do Brasil". Para piorar,  relatos de ônibus superlotados estão frequentes na Grande Vitória. 

Segundo o médico, uma viagem de cerca de 20 minutos em um ônibus cheio, por exemplo, pode significar um grande risco de contaminação.

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Uma coisa é certa: precisamos de um transporte público melhor. A maioria das pessoas ficam aglomeradas dentro dos ônibus. Essa pandemia vai passar, mas a gente pode estar exposto a novos problemas no futuro e um legado que tem que ficar é de um transporte de mais qualidade e menos aglomeração. Esse é um grande problema do Brasil e, sem dúvidas, expôs muita gente, dando essa dificuldade de controlar a disseminação do vírus. Chegamos no quarto mês de pandemia no Brasil com o efeito platô, enquanto diversos países conseguiram descer a curva mais rápido. E acredito que isso tem muita relação com nosso transporte público

Lauro Pinto
Médico infetologista
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O QUE FAZER AO USAR O TRANSPORTE COLETIVO?

Como forma de proteger-se do coronavírus ao andar de ônibus, o médico aconselha que o passageiro use a máscara de forma correta - tampando o nariz e a boca, e evite falar durante as viagens - para não permitir que a máscara fique úmida de saliva e  gotículas possam ser expostas. Ele também orienta a nunca tocar no rosto e sempre fazer a higienização das mãos após o trajeto. 

"Nem todo mundo pode lavar a roupa sempre que andar de ônibus. Mas é bom ficar pelo menos três dias sem usar a peça. Eu não me preocupo tanto com os tecidos porque para que o material fique contaminado é necessário que alguém espirre ou cuspa em você, de alguma forma. A maior preocupação é realmente no contato com as pessoas. Quanto mais distante das pessoas, melhor. Mas como fazer distanciamento de um metro em ônibus?", indaga.

Sobre a aglomeração, o médico diz que uma alternativa seria se os empregadores negociassem uma mudança nos horários de entrada e saída de trabalho dos funcionários para evitar aglomeração em horário de pico. Quem não precisa usar o ônibus para trabalhar, deve aproveitar para escolher fazer as viagens nos horários em que o transporte fique mais vazio ou aguardar um próximo coletivo que esteja menos cheio. 

Usuários de transporte coletivo em um ponto de ônibus de Vila Velha
Médicos  orientam nunca tocar no rosto e sempre fazer a higienização das mãos após o trajeto. (Carlos Alberto Silva)

DICAS DE PREVENÇÃO

29% DOS INFECTADOS FICARAM MAIS DE MEIA HORA NOS ÔNIBUS 

No final de junho de 2020 A Gazeta publicou que boa parte dos contaminados pelo novo coronavírus no Espírito Santo podem ter sido infectados enquanto utilizavam o transporte público – já que 29,1% dos capixabas que testaram positivo passaram mais de 30 minutos dentro dos ônibus, onde quase nunca é possível respeitar a distância mínima de um metro, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A informação partiu da quarta fase do inquérito sorológico, que entrevistou 1.147 indivíduos que utilizaram o serviço por mais de meia hora. Quantidade que correspondeu a 23,5% dos entrevistados, mas cuja representatividade saltou quase seis pontos percentuais se comparado com o número total de pessoas que testaram positivo.

"Na quarta etapa, incluímos um dado novo no questionário para poder avaliar a correspondência com o uso do transporte público. Nós percebemos que aqueles que passam de 30 a 60 minutos dentro do transporte público possuem uma chance maior de serem infectados pelo novo coronavírus", explicou o Secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, na época.

Essa maior exposição também foi registrada entre aquelas pessoas que utilizaram o serviço pelo menos quatro vezes por semana. Diante da amostra total da pesquisa, elas representavam 16%. No entanto, dentro do número de casos positivos, elas passaram a ser 21,9%.

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