Com pelo menos 12 casos confirmados no Espírito Santo, a febre oropouche também é transmitida pela picada de um mosquito, assim como dengue, zika ou chikungunya. Mas há diferenças entre os insetos, apesar de as doenças terem sintomas semelhantes.
O mosquito que transmite a febre oropouche é chamado de mosquito-pólvora ou maruim, conforme explica a professora do Departamento de Enfermagem e coordenadora do Laboratório de Epidemiologia (LabEpi/Ufes), Carolina Sales.
“É diferente (do Aedes aegypti). Ele (maruim) é muito pequeno, com um tamanho entre um e três milímetros, é cinza ou castanho claro e tem asas curtas e largas. E, quando pica, causa coceira e calombo, o que, geralmente, o da dengue não causa.”
Conforme explica o infectologista da Rede Meridional Luis Henrique Barbosa Borges, além do tamanho e da ausência de listras brancas, existe outra diferença entre o maruim e o Aedes aegypti. “O maruim é muito pequeno, muito menor, e fica ali por baixo, não costuma voar alto. Fica só ali nas pernas, nos joelhos. Não costuma subir.”
O infectologista reforça que, para infectar um humano, o Culicoides paraensis (nome científico da espécie) precisa estar contaminado com o vírus oropouche. Isto é, antes de transmitir, ele precisa ter picado uma pessoa ou um animal infectado.
“E é um mosquito que não tem horário. Ele está naquelas regiões que têm muita umidade, mais perto do solo, onde o sol não costuma bater.”
Nesse sentido, ele orienta que, além dos cuidados que já são tomados contra a dengue, em relação à água parada, as pessoas evitem o acúmulo de matéria orgânica, como madeira apodrecida, cascas de árvores e frutas, lama, e que mantenham os quintais limpos.
Pessoas que moram próximo a áreas de mata devem redobrar a atenção. “Quem mora no alto não costuma ter problema, justamente por ser um mosquito que fica mais perto do chão.”
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