Informações da Organização Mundial de Saúde (OMS) atestam que há mais de 200 projetos de vacina contra o coronavírus em diferentes fases de desenvolvimento no mundo.
Um relatório divulgado recentemente pela instituição apontou que há no momento 33 vacinas em fase de experimentos clínicos, das quais 10 estão na etapa mais adiantada, chamada fase 3. Outras 143 estão em fase pré-clínica.
E, segundo a Organização Não Governamental Oxfam, a disputa pelas vacinas já está acirrada. Os países mais ricos do mundo, que têm apenas 13% da população global, já compraram mais da metade (51%) das doses prometidas pelos laboratórios.
A ONG analisou acordos fechados entre empresas farmacêuticas, laboratórios e os países para a compra das cinco principais vacinas em produção: AstraZeneca, Gamaleya/Sputnik, Moderna, Pfizer e Sinovac.
Desses, quatro compostos estão sendo testados no Brasil: o produzido pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech; a vacina da AstraZeneca, desenvolvida na Universidade de Oxford; a chinesa Coronavac, feita em parceria entre o Instituto Butantan com a chinesa Sinovac; além da Janssen-Cilag, da Johnson & Johnson.
VEJA O ESTÁGIO DAS PRINCIPAIS APOSTAS
Está na terceira e última fase de testes em seres humanos. Médicos e enfermeiros voluntários de seis estados brasileiros participam da testagem. Até o final de setembro, todos terão tomado as duas doses da vacina. Em 15 de outubro, haverá a análise de eficácia. Há duas semanas, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), informou que os voluntários não apresentaram reações adversas à vacina.
A vacina com base em vírus inativado, que se mostrou capaz de produzir resposta imune ao vírus, começou as fases 3 de testes neste mês nos Emirados Árabes Unidos. Cerca de 15 mil voluntários participaram do período de testes e a empresa chinesa acredita que a opção estará disponível para o público já no final do ano.
Os resultados preliminares das fases 1 e 2 da vacina com mais de mil pessoas mostraram que ela foi capaz de induzir uma resposta imune à doença. As fases dois (que ainda está ocorrendo no Reino Unido) e três de testes (acontecendo no Reino Unido, Brasil e África do Sul) devem garantir a eficácia completa dela. A opção é tida como a mais promissora pela OMS.
A empresa americana iniciou última fase de testes de sua vacina baseada no RNA mensageiro no dia 27 de julho. O teste vai incluir 30 mil pessoas nos Estados Unidos e o governo investiu cerca de 1 bilhão de dólares para apoiar a pesquisa. A expectativa da empresa é produzir 500 milhões de doses por ano.
A vacina está na fase três de testes e usa o RNA mensageiro, que tem como objetivo produzir as proteínas antivirais no corpo do indivíduo. A expectativa é testar a vacina em aproximadamente 30.000 voluntários com idades entre 18 e 85 anos no mundo. Desse total, mil serão testados no Brasil. A expectativa é que a eficácia da vacina seja comprovada até o outubro. A empresa espera produzir até 100 milhões de doses até o fim do ano.
A vacina russa é baseada no adenovírus humano fundido com a espícula de proteína em formato de coroa que dá nome ao coronavírus e é por meio dessa espícula de proteína que o vírus se prende às células humanas e injeta seu material genético para se replicar até causar a apoptose, a morte celular, e, então, partir para a próxima vítima. No fim de agosto, o país anunciou que o primeiro lote de sua vacina, a Sputnik V, estará disponível já neste mês.
A vacina chinesa usa um vírus inofensivo do resfriado conhecido como adenovírus de tipo 5 (Ad5) para transportar material genético do coronavírus para o corpo e, segundo a companhia, conseguiu induzir uma resposta imune nos indivíduos que foram testados. No começo de agosto, a China concedeu a primeira patente da vacina.
Os testes da Fase 3 da vacina da farmacêutica belga foram autorizados no Brasil no dia 18 de agosto. O estudo prevê a inclusão de até 60 mil voluntários, com idade entre 18 e 60 anos, sendo 7 mil no País - distribuídos nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte. Não há informações sobre os resultados alcançados até o momento.
Os estudos das quatro vacinas com voluntários brasileiros foram autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com o órgão federal, as pesquisas estão em andamento, e por isso, não é possível fazer previsão sobre quando esses produtos estarão disponíveis à população.
Já o Ministério da Saúde informou que a estratégia da campanha de vacinação contra a Covid-19 vai considerar as 100 milhões de doses e a transferência de tecnologia, disponibilizadas no acordo com a empresa AstraZeneca.
A previsão é que o insumo comece a ser entregue a partir de dezembro deste ano para que a vacina comece a chegar à população em janeiro.
O governo federal ressaltou que a distribuição da vacina seguirá os trâmites do que já é praticado nas campanhas de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS): as doses serão enviadas aos estados - que farão a entrega aos municípios de sua respectiva região. Os grupos prioritários para vacinação estão sendo estudados pelo Programa Nacional de Imunizações.
No último domingo (20), o governador João Doria (PSDB) anunciou que o Estado de São Paulo deve receber em outubro cinco milhões de doses da vacina Coronavac. A previsão de Doria é que haja 46 milhões de doses até dezembro.
"Importante ressaltar que o acordo com a Sinovac inclui a transferência de tecnologia para São Paulo, sendo assim, também produziremos a vacina no Instituto Butantã", escreveu em seu Facebook.
QUAIS SÃO AS ETAPAS ATÉ UMA VACINA SER LIBERADA?
Depois de cumprir as etapas da fase não clínica, a empresa deve realizar estudos clínicos em três fases (I, II e III) para avaliar e determinar a segurança e a eficácia do uso da vacina em humanos. Cada etapa cumpre objetivos específicos no âmbito do desenvolvimento do produto.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta