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Veja quais são os municípios do ES que solicitaram cloroquina ao Estado

Veja quais são os municípios do ES que solicitaram cloroquina ao Estado

Mesmo após a Secretaria Estadual de Saúde não recomendar o uso, por falta de pesquisas que comprovem a eficácia do medicamento, a cloroquina está sendo usada por quatro cidades e essa lista pode aumentar

Publicado em 22 de junho de 2020 às 22:10

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Remédio, cloroquina
Usa da cloroquina divide opiniões . (Pixabay)

Mesmo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) orientando a não utilização de cloroquina para tratamento de pacientes de Covid-19, quatro municípios do Espírito Santo comunicaram que vão usar o medicamento na rede municipal de saúde. A rede é de assistência básica e ambulatorial.

Em 29 de maio, a Sesa atualizou o protocolo de utilização da cloroquina na rede pública estadual de saúde, mediante o previsto em uma nota técnica produzida por médicos e demais especialistas da área da saúde.  O documento estabeleceu o uso do medicamento somente mediante avaliação médica e em pacientes hospitalizados, ou seja, em estado grave da doença. Antes, a norma era o uso universal para pacientes em tratamento intensivo. Também foi determinado que seja feito o acompanhamento cardiológico desses pacientes. 

A decisão de alteração foi devido à não comprovação científica de que o medicamento tenha real efeito em pacientes infectados pelo novo coronavírus. 

No entanto, a regra é aplicável apenas na rede estadual pública de saúde, pois os municípios possuem autonomia para decidirem por usar ou não o medicamento em pacientes com a doença.  Gestores dos municípios de Aracruz, Mimoso do Sul, Cachoeiro de Itapemirim e Montanha decidiram usar o  medicamento em pacientes atendidos em Pronto-Atendimentos e ambulatórios de assistência inicial de saúde e irão receber cloroquina da Sesa. O medicamento foi repassado aos Estados pelo Ministério da Saúde. 

Outra cidade que se manifestou informando que vai pedir o medicamento é Cariacica. Mas a Secretaria de Saúde ainda não recebeu a solicitação do município.

Barreiras sanitárias são instaladas em aldeias indígenas de Aracruz
Barreiras sanitárias são instaladas em aldeias indígenas de Aracruz. (Divulgação)

ARACRUZ

Aracruz foi primeiro município há ter médicos da rede pública municipal prescrevendo a cloroquina no tratamento para os pacientes com Covid-19. Há cerca de um mês, o medicamento foi usado em 20 pacientes. "O objetivo era saber como eles reagiriam, a doença estava no estágio inicial e não internados. Obtivemos um bom resultado", afirmou a secretária de saúde municipal, Clenir Sani Avanza. No município, o medicamento é usado no estágio inicial da doença.

A secretária contou que a cloroquina não é  usada sozinha e fez questão de enfatizar que não existe entrega de kits à população. "Foi criado um protocolo ambulatorial para as condições de uso,  conforme critérios médicos e resposta dos exames, como ecocardiograma, para que haja ministração desses medicamentos. Nada é feito de forma amadora. Esse não é um protocolo hospitalar, mas sim do atendimento de saúde em UPAs, onde é a porta de entrada do paciente", destacou. 

De acordo com Clenir Sani,  os pacientes são monitorados via telefone. A primeira leva de cloroquina foi comprada pela própria prefeitura de Aracruz. Porém, agora, a administração fez a solicitação para receber os medicamentos do Estado.  "É  importante que o paciente esteja consciente do que está fazendo. O médico explica como funciona o medicamento, se ele não quiser tomar, não receberá o medicamento.  Alguns não têm indicação clínica ou um problema de saúde grave em que não são recomendados os usos",  afirmou a secretária de saúde. 

Devido ao uso do medicamento, a rede municipal de saúde de Aracruz tem recebido muitos pacientes das cidades vizinhas e pediu que as pessoas sigam o isolamento. "Esse medicamento não previne a doença. A Covid-19 não tem cura, não é para todos irem para a rua. A desobediência civil vai decretar o colapso da saúde pública", afirmou Clenir. 

MONTANHA

Por nota à imprensa, a Prefeitura de Montanha informou que adotará o uso do medicamento, associado a outros fármacos, seguindo protocolo e já solicitou o medicamento à Sesa. "A utilização será de acordo com a conduta e percepção de cada médico e após exames cardiológicos e laboratoriais que assegurem as condições de uso para o paciente. Foi feita a escolha pelo Centro de Operações Emergenciais em Saúde em concordância com profissionais médicos da APS, após experiências promissoras de outros Estados, do sistema privado e de estudos que indicam a eficácia na fase de replicação viral", pontuou a nota. 

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

A Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeiro de Itapemirim informou, em nota enviada pela assessoria, que já solicitou a cloroquina junto à Sesa. "O município aguarda a chegada do medicamento e dá a opção de tratamento com cloroquina para o médico e para o paciente. É bom frisar que a indicação da cloroquina para o tratamento é por conta do médico", informou. 

MIMOSO DO SUL

A reportagem entrou em contato com a assessoria do município, mas até o momento não obteve retorno. 

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