Os imigrantes venezuelanos que chegaram a Vitória na segunda-feira (5) e acamparam na região próxima à rodoviária da cidade, na Ilha do Príncipe, foram para a ocupação Chico Prego, no centro da capital. São 24 imigrantes, 14 deles crianças e adolescentes. O grupo da etnia indígena Warao já esteve na Capital em agosto de 2022 em busca de melhores condições de vida. Depois de um tempo, eles foram para Belo Horizonte, em Minas Gerais. Além das crianças e adolescentes, são quatro mulheres e seis homens.
O acampamento dos imigrantes foi registrado pelo repórter fotográfico Vitor Jubini, de A Gazeta, que ouviu sobre o motivo da volta dos venezuelanos à Vitória. "Fomos embora daqui devido à chuva. Estava ficando tudo molhada, colchão, roupa, as crianças estavam tomando banho de água suja por problemas no banheiro. Lá em BH a vida é boa, mas estava pagando R$ 1.500 em aluguel e me cansou porque é muito difícil", explicou o cacique Rubens Mata Mata na segunda (5).
Nesta terça-feira (6), o repórter fotográfico Fernando Madeira, de A Gazeta, esteve na ocupação Chico Prego, onde vivem outras pessoas, além dos venezuelanos.
Procurada pela reportagem de A Gazeta, a Prefeitura de Vitória informou que foi surpreendida na segunda-feira (4) com a notícia de que um grupo de venezuelanos estava próximo à rodoviária. Em nota, a administração municipal detalhou que encaminhou à região equipes para realização de abordagem. A prefeitura garantiu ter prestado assistência básica às principais necessidades e ofereceu espaço em um abrigo da cidade.
"Solidária à situação e seguindo as recomendações da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), Defensoria Pública do Espírito Santo e Ministério Público, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) encaminhou equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social para a região da rodoviária de Vitória para realizar um breve levantamento inicial da situação e identificação dessa população", informou em nota.
O líder do grupo, segundo a prefeitura, disse que não ficaria no abrigo e que iria para um hotel e arcaria com recursos próprios. Carros de aplicativo teriam sido acionados, mas os venezuelanos, de acordo com a prefeitura, teriam sido deixados no mesmo espaço que estavam antes. A equipe de Abordagem Social voltou à região da Ilha do Príncipe, mas os imigrantes não teriam aceitado ficar no abrigo da prefeitura.
"Apesar de todas as investidas de intervenção, inclusive mediado pela Defensoria Pública, o grupo não aceitou retornar para o acolhimento e permaneceu próximo à rodoviária", informou.
Por fim, a prefeitura informou que não foi procurada pelos imigrantes nesta terça-feira (6), mas que continua realizando "intervenções com equipes psicossociais", além de oferecer alimentação.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta