Viaduto, rotatória e aquaviário. Essas são apenas algumas das obras que prometem melhorar a mobilidade na Grande Vitória. Porém, embora sejam aguardadas há muitos anos, essas intervenções na mobilidade urbana da região metropolitana estão em atraso.
É o caso, por exemplo, do novo viaduto de Carapina, na Serra, cujas obras têm complicado o trânsito nos arredores, conforme têm se queixado diversos motoristas. Em junho do ano passado, a previsão era de que as obras fossem concluídas até dezembro. Agora, de acordo com a Secretaria de Estado da Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), a expectativa é de que a conclusão ocorra em maio — cinco meses depois do previsto.
A pasta não informou a razão do atraso, mas destacou que as intervenções no Complexo Viário de Carapina estão em fase final, com atividades no novo viaduto e outras frentes de trabalho.
“O trânsito na região segue nas duas faixas originais da Rodovia das Paneleiras. A lentidão na via será reduzida ao término das obras, que irá ampliar as faixas por sentido e implantar um novo viaduto. O consórcio responsável pela obra atua diariamente para minimizar os transtornos e conta com o apoio da Guarda Municipal da Serra que também atua na região”, destaca a Semobi.
Ainda segundo a Semobi, o objetivo da obra é qualificar a mobilidade urbana, contribuindo com o tráfego na via e também estimulando o transporte coletivo e os meios alternativos, como o uso de bicicletas.
“No trecho da Serra até o viaduto de acesso à Rodovia do Contorno estão sendo implantadas 4 faixas de rolamento por sentido. Além do novo viaduto, a região vai receber áreas de convivência e lazer, urbanização, praça, ciclovias, semáforos inteligentes, entre outras melhorias. A primeira etapa da obra, trecho Vitória, foi concluída, com a ampliação das faixas e a implantação de calçada e ciclovia”, observa a secretaria.
Também na Serra, as obras da antiga Rotatória do Ó – que, em agosto de 2022, passou a se chamar Rotatória Argeu Alves Costa Neto, em homenagem ao soldado da Polícia Militar que morreu após a viatura em que ele estava cair em um buraco nas obras –, no bairro Parque Residencial Laranjeiras, devem ser entregues até o final do primeiro semestre.
A conclusão já deveria ter ocorrido, e a Secretaria de Obras do município explica as razões do atraso. “A obra sofreu atrasos por conta de alguns fatores, como ajustes que tiveram de ser feitos no projeto inicial e interferências externas, que dizem respeito a questões que tiveram de ser acertadas com relação a gasoduto, fibra ótica e a redes de esgoto e de abastecimento de água na região. Outro fato que postergou a entrega da rotatória foi o atraso no fornecimento de vigas na montagem dos viadutos.”
A pasta frisa que, somando a isso, as fortes chuvas entre setembro e dezembro de 2022 interromperam trabalhos como os de terraplanagem naquele período.
Outra intervenção na lista são a ciclovia e a ampliação da capacidade da Terceira Ponte, que liga Vitória e Vila Velha. As obras começaram em meados de 2021 e, após atrasos, a previsão de inauguração foi marcada para maio. Depois, acabou antecipada para março. Mas a obra ainda está em andamento, com planos de entrega em abril.
O novo Aquaviário também deve demorar algumas semanas até começar a operar por Cariacica e Vitória. O atraso contraria a expectativa inicial do governo do Espírito Santo, que em novembro de 2022 havia anunciado o início das atividades do modal para março deste ano.
A alteração no cronograma — que não foi a primeira — ocorreu porque duas estações ainda estão em obras e dois barcos ainda não chegaram, conforme declarou o secretário de Estado de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno, para A Gazeta.
De acordo com as últimas informações disponíveis no Painel Obras Públicas, do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES), há pelo menos 54 obras públicas estaduais e municipais paralisadas na Grande Vitória, que vão desde a construção de casas populares e escolas a pavimentação de ruas.
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