A cadeirante atropelada por um ônibus na manhã desta segunda-feira (31), Gisele de Oliveira Mota, de 34 anos, recebeu alta hospitalar nesta terça-feira (1º) e já está em casa. Ela gravou um vídeo sobre o episódio ocorrido no bairro Bela Aurora em Cariacica, na Grande Vitória.
Além de ressaltar o trauma psicológico após o ocorrido, ela disse que o motorista do ônibus do Sistema Transcol a viu parada na rua, e, mesmo assim, arrancou com o veículo. Ele alegou que havia esquecido que ela estava ali.
"Parei em frente à farmácia para comprar um remédio. O motorista parou atrás de mim, os passageiros desceram. Ele me viu e disse que depois esqueceu que eu estava ali. E aí foi quando o ônibus pegou na minha cadeira, por mais que eu tenha afastado a cadeira mais para o canto. A empresa ficou de prestar suporte, dar a assistência e vamos aguardar", declarou Gisele, após se recuperar no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE).
Gisele esperava na rua por conta do desnível das calçadas da região, que são muito altas e sem acessibilidade, impossibilitando sua saída do asfalto. Ela teve a cadeira de rodas destruída, e espera ressarcimento do consórcio operador do sistema Transcol para arcar com os prejuízos físicos e materiais.
A mãe de Gisele, Zilma de Oliveira, além de reclamar da falta de acessibilidade das calçadas na região, criticou a atuação do motorista do ônibus.
"Não tinha como ela subir sozinha. Ela estava aguardando alguém para auxiliá-la a subir a rampa. Ele [o motorista do ônibus] estava trabalhando, sim, mas cadê a atenção dele naquela hora?"
Em nota, a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb) disse que lamenta o acidente e disse que vai notificar o consórcio operador para apurar os fatos e informar quais providências serão tomadas.
A Polícia Civil orienta que a vítima faça o boletim do acidente e represente contra o autor.
Nesta segunda-feira (7), o motorista Rômulo Fontana – que dirigia o ônibus no atropelamento – procurou a equipe de A Gazeta para reforçar que prestou todo o apoio à vítima, tanto no momento em que o acidente aconteceu, quanto nos dias seguintes, quando pagou pela nova cadeira da Gisele.
"Eu tinha visto ela antes, mas eu preciso ficar observando os passageiros desembarcarem pelo retrovisor. Nesse tempo, ela foi para o meu ponto cego e pensei que ela tivesse saído. Quando prensou, eu esperei tirarem ela daquela situação, abri a porta e desci, disse que iria cuidar de tudo", lembrou.
Ele também afirmou que "o local não tem calçada-cidadã", que esperou a chegada da ambulância e se identificou junto à polícia. "No dia seguinte, eu dei R$ 1.390 na empresa para poder pagar a nova cadeira, porque a que tinha sido emprestada não passava pelas portas da casa dela", comentou.
Após a publicação desta matéria, o motorista Rômulo Fontana procurou A Gazeta, querendo reforçar o apoio prestado à vítima. O texto foi atualizado.
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