Um incêndio devastou a vegetação em um morro da localidade de Santíssima Trindade, interior de Iúna, na Região do Caparaó, mas o cenário tem chamado atenção nas redes sociais. Uma semana após o fogo consumir a pastagem, um trecho permaneceu intacto, formando um caminho verde. Um morador que registrou a cena relata que o espaço não atingido seria o trecho onde os fiéis de uma igreja se reúnem para orações. Especialistas analisaram as imagens e explicaram o que pode ter acontecido.
O vídeo foi feito pelo lavrador Edimilson Gomes, nessa quarta-feira (4), uma semana após o incêndio. “A gente não tem nem explicação para esse acontecimento. Uma coisa que surpreendeu o povo que viu o vídeo. Aqui, o povo da Assembleia se reúne e ora”, contou Edimilson, que é e diácono da igreja Assembleia de Deus de Santíssima Trindade.
As imagens circulam nas redes sociais e intrigam os internautas sobre como esse trecho específico não foi atingido pelo fogo. O tenente coronel Herbert de Carvalho, comandante do 3º Batalhão do Corpo de Bombeiros, diz que vários fatores podem interferir para resultar em queimas como a de Iúna.
“É um fato bastante curioso. Do ponto de vista do comportamento de um incêndio, qualquer coisa é possível. O vento pode vir de um ponto e parar. Qualquer desenho ou resultado é possível. Em tese, diante da imprevisibilidade do comportamento do fogo e de outras caraterísticas, como a do solo, pode deixar uma desenho como este”, disse o militar.
"Do ponto de vista de um incêndio de grandes proporções, a gente já viu muito fenômeno curioso e interessante em relação à sobrevivência de animais em circunstâncias que não havia possibilidade de sobreviver, árvores que muitas queimam e uma só fica intacta no meio do caminho porque o vento desviou", contou o bombeiro.
As imagens também foram analisadas por uma equipe de biólogos de um centro universitário em Cachoeiro de Itapemirim, que levantaram outras duas hipóteses para o mato não ter sido consumido pelo fogo.
“A grama é uma vegetação mais baixa e seca e, por isso, queima rápido. Uma das possibilidades é a existência de um lençol freático na área e, por a vegetação ficar mais úmida neste ponto, não ter sido consumida quando o fogo passou. Outra hipótese levantada seria o uso de sal, como o sal para gado. Ele retarda a queima e é usado para barreira contra o fogo”, disse a coordenadora do curso de biologia, Cíntia Teixeira.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta