Alerta de fofura! Quem não gostaria de ver vários golfinhos dando um show em alto-mar, a poucos metros de distância? Pois foi isso o que aconteceu com o servidor público Sidney Carlos Pereira, de 52 anos, que flagrou alguns botos-cinza na última terça-feira (15), na praia da Enseada de Jacaraípe, na Serra, onde mora.
Pelas imagens gravadas pelo banhista e enviadas à reportagem de A Gazeta, é possível ver pelo menos quatro golfinhos fazendo diferentes saltos. De acordo com servidor, ele estava com o filho quando o encontro inusitado aconteceu.
"Foi a primeira vez que vi golfinhos na região, mas parecem estar ali há dias. Hoje (17) também consegui ver. Já têm carros e pessoas parando ali para fotografar eles. Quem vê fica falando 'que maravilha', 'olha o tamanho'", conta.
Coordenador do Projeto Golfinhos do Brasil, Thiago Ferrari explica que essa espécie, também conhecida como Sotalia guianensis, pode ser encontrada com frequência no litoral capixaba. Diferentemente das baleias-jubartes, que migram da Antártica para reproduzir e amamentar os filhotes, o boto-cinza é residente do Espírito Santo.
"Eles nascem, se alimentam e se reproduzem nas águas do Estado. Normalmente, estão presentes em quase todos os municípios do litoral capixaba. Além disso, esses golfinhos ficam bem próximos à costa e não passam de 2 a 3 quilômetros de distância da praia, o que facilita a observação", explica.
O fato dos golfinhos terem sido avistados em grupos também é comum. "São animais extremamente inteligentes e possuem um cuidado parental evoluído, muito próximo de nós seres humanos, como se fosse uma família. Passam ensinamentos de caça de geração em geração, por exemplo", comenta Thiago.
Tamanho: pode medir até 2,2 metros e pesar até 121 kg.
Habitat: faixa do mar com até 50 metros de profundidade.
Características físicas: coloração acinzentada, com ventre mais claro, às vezes levemente rosado. A nadadeira dorsal é pequena e triangular. Tem um rostro ("bico") mais fino e arredondado.
Comportamento e curiosidades: é muito costeiro e tem por hábito a desembocadura de rios, porque se alimenta de espécies de peixes que costumam frequentar os estuários. Embora seja natural da água salgada, ele chega a entrar no Rio Doce para se alimentar e só ocorre no Atlântico Sul, entre Florianópolis (SC) e Honduras.
Situação na natureza: considerada "quase ameaçada", segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
Embora proporcionem cenas encantadoras, a presença deles tão perto da faixa costeira, como na Serra, também pode representar um perigo. Em fevereiro deste ano, por exemplo, um boto-cinza foi encontrado morto após ficar preso em uma rede de pesca, perto da Ilha do Cachorro, em Vitória.
"Isso porque eles caçam os mesmos peixes que os pescadores tentam pescar. Às vezes, nessa interação, eles podem ficar presos em redes de pesca, morrendo afogados. Os golfinhos precisam realizar a troca gasosa com a superficie e, uma vez presos, acabam morrendo", afirmou.
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