As mulheres vítimas de violência doméstica receberão atendimento psicológico gratuito por telefone durante a pandemia do novo coronavírus no Espírito Santo. O projeto foi desenvolvido pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comvides) do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e ArcelorMittal Tubarão.
Segundo a juíza coordenadora da Comvides, Hermínia Maria Azoury, a iniciativa foi pensada para ser um canal de apoio às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar durante o isolamento social. Ela alerta que está havendo uma redução nas denúncias, mas que isso tem relação com a subnotificação que ocorre nesse período de quarentena.
Temos que criar políticas públicas para que as mulheres denunciem. Muitas não notificam pela dependência emocional, econômica. Neste período de isolamento a subnotificação se amplia pela dificuldade de contato, às vezes é difícil sair para ir à delegacia e muitas nem sabem fazer registro online, pontuou.
O atendimento será realizado por ligação ou mensagens instantâneas em cinco números diferentes, que estarão com psicólogas voluntárias. Qualquer mulher que for vítima de violência pode entrar em contato, independente se ela já tenha ou não denunciado. Caso a mulher não tenha créditos para ligar, a ligação pode ser feita a cobrar. Nesses casos, a psicóloga vai desligar a ligação e retornar para o número que fez o contato.
As psicólogas voluntárias são: Tatiana Braga de Alencar, Luisa Nascimento Nogueira Campos Fróes, Julia Oliveira Balestrassi Ferry-Parker, Priscila Lima e Mercedes Fróes Pereira. O serviço ainda contará com a colaboração da professora e coordenadora do Grupo de Pesquisa e Extensão Parthos da Ufes, Cláudia Murta.
Para Cláudia, o confinamento em si já gera problemas psicológicos nas pessoas. Os casos de violência doméstica também são mais propensos a ocorrer neste período, por isso a mulher precisa do tratamento de qualquer forma, mesmo estando em casa. Quando tratamos de violência contra a mulher existem dois campos: o cuidado da saúde e o campo da denúncia. Estamos cuidando das mulheres para que se sintam melhores, para minimizar todo o sofrimento que elas possam ter, se ela vai fazer a denúncia ou não é outra história, relatou.
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