A Casa da Mulher Brasileira, prevista para ser inaugurada na Praia das Gaivotas, em Vila Velha, até maio de 2024, contará com um espaço para abrigo temporário de vítimas de violência doméstica. Mulheres em situação de risco iminente de morte poderão pernoitar no local por até 48 horas. A ordem de serviços para as obras foi anunciada com a presença da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, na quarta-feira (11).
Com um investimento da ordem de R$ 6,7 milhões, a casa, que terá mais de 1.000 m² construídos, contará com atendimento da Delegacia da Mulher, da Promotoria de Justiça de Defesa da Mulher, do Núcleo Especializado da Defensoria Pública e do Juizado de Violência Doméstica.
Além disso, oferecerá serviços de acolhimento e triagem, apoio psicossocial, alojamento, brinquedoteca, central de transportes e ações de autonomia financeira. Quando for inaugurado, o espaço vai funcionar 24 horas e a gestão será compartilhada entre município, Estado e governo federal.
A ordem de serviços para o início das obras foi assinada em evento que também contou com a presença do governador Renato Casagrande (PSB), do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), entre outras autoridades.
A ministra ressaltou que, quem trabalha com as mulheres em situação de violência, sabe da via crucis, da dificuldade da mulher ir à delegacia, no IML, na defensoria, depois no Ministério Público e, por fim, ao juiz.
A Casa da Mulher Brasileira, reforça a ministra, é uma conquista de quem sempre lutou contra a violência e também de quem lutou para que vários serviços sejam disponibilizados no mesmo lugar.
Embora tenha exaltado a criação do espaço, Cida Gonçalves destacou a necessidade de se trabalhar a mudança de mentalidade, uma vez que a oferta do serviço busca apenas remediar um problema grave.
“Nós, mulheres, temos morrido de forma cruel. Queremos feminicídio zero! Para isso temos que acabar com todas as violências. Sabemos que a morte é a última instância da violência que a mulher sofre. Só vamos acabar com o ódio e o feminicídio se o discurso não for só da ministra das Mulheres, mas sim de todos. Essa mudança precisa ser para agora", pontuou.
A análise foi endossada pela secretária estadual de Políticas para Mulheres, Jacqueline Moraes. Durante o evento, ela destacou que “precisamos de políticas públicas, mas também precisamos de uma mudança de mente, não se conformar com essa violência contra nossas crianças, nossas mulheres."
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