Três meses após um ex-aluno atacar uma escola municipal no bairro Jardim da Penha, em Vitória, vestido com roupas pretas e com uma bolsa em que estavam bombas, facas e flechas, a prefeitura do município anunciou um investimento de R$ 378 mil para contratação de dispositivos de segurança, o chamado botão do pânico.
A tecnologia permite acionamento de agentes de segurança em caso de invasão, uso de arma de fogo e presença de drogas no ambiente escolar. Segundo a prefeitura, a ideia é expandir a tecnologia para todas as 103 unidades de ensino - 49 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e 54 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef).
Procurada pela reportagem de A Gazeta na terça-feira (22), a Prefeitura de Vitória informou que, desde o ataque, sete unidades receberam o dispositivo de segurança em caráter experimental. Não foi detalhado, no entanto, quais são as escolas. O cronograma da prefeitura prevê a instalação em todas as escolas ao longo de 2023.
No dia 19 de agosto, um jovem de 18 anos invadiu a escola em que estudou. O ex-aluno foi detido dentro da escola minutos depois de entrar. Armas brancas foram encontrados em uma bolsa do lado de fora. Ele foi preso e levado para a delegacia. Atualmente, ele está no Centro de Detenção Provisória de Viana 2.
Dias após o fato, a Guarda Municipal de Vitória prometeu que escolas da cidade receberiam o botão do pânico, dispositivo normalmente utilizado por mulheres vítimas de violência doméstica. À época, a promessa era que 32 escolas receberiam a tecnologia. Número aumentado recentemente.
Conforme apurado por A Gazeta na época, um profissional da escola se torna responsável por ter e acionar o botão em caso de emergência. Ao ser acionado, o botão do pânico começa a gravar o som ambiente e envia a localização para a Guarda Municipal. Assim, as equipes são acionadas para o local.
O recurso deverá ser usado em três casos:
Em publicação no Diário Oficial do município na segunda-feira (21), Vitória detalhou a aquisição: serão R$ 378.516,00, com vigência de 12 meses, para contratação do serviço de locação de dispositivos de segurança preventiva por meio de tecnologia de GPS, bem como manutenção da plataforma de fiscalização, para unidades educacionais (CMEI e Emef).
A publicação justifica que a compra é necessária para prevenção e mitigação dos efeitos da violência e invasões nas unidades de ensino, permitindo resposta imediata da Guarda Municipal e da Polícia Militar.
A reportagem de A Gazeta solicitou à Prefeitura de Vitória uma fonte para conversar sobre o assunto e perguntou se, três meses após a invasão, é possível classificar as escolas da cidade como mais segurança. Não foi disponibilizada uma fonte, mas a administração municipal informou que as secretarias de educação e segurança urbana trabalharam juntas para promover pequenos reparos e até modificações físicas nas escolas com o objetivo de ampliar a segurança de estudantes e professores.
A Secretaria Municipal de Educação detalhou ainda que pretende alterar o local das secretarias: as secretarias estão sendo deslocadas de dentro dos prédios escolares para uma localização mais próxima à entrada das unidades de ensino. A ideia, segundo a prefeitura, é evitar a necessidade de acesso ao interior das escolas.
A Gazeta não vai publicar detalhes sobre o ataque e sobre o autor seguindo recomendações de especialistas, em atenção ao chamado “efeito contágio”.
Para os estudiosos, quando a mídia publica esse tipo de informação, aumenta a possibilidade de imitadores do ato, em busca de visibilidade e notoriedade. Este é geralmente um dos objetivos dos agressores, que passam a ser idolatrados por outros indivíduos propensos à promoção de novos massacres.
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