O perfil da Capital demonstra a diversidade de fé e raça na composição de sua população; lideranças religiosas defendem mensagem de união e respeito às diferenças
Publicado em 9 de setembro de 2021 às 02:00
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A composição da população de Vitória é uma mistura de raças. (Pixabay)
Pequena na extensão territorial, Vitória pode ser considerada grande quando se trata de diversidade de cores e crenças. Com população estimada em 369.534 habitantes em levantamento mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no recorte por religião do último censo, em 2010, revela que a Capital reúne católicos, evangélicos, espíritas, adeptos das religiões de matriz africana - umbanda e candomblé - e seguidores do judaísmo.
Ainda trazendo um raio-X da cidade, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2019 indica que, no critério de declaração de cor ou raça, em relação ao total da população, 51,2% eram brancos em Vitória, 11,6% pretos e 35,8% pardos. A maior parte da população tem acima de 30 anos e salário médio mensal dos trabalhadores formais era de 3,9 salários mínimos.
Tal diversidade de cores e crenças também encontra-se materializada ao longo de cada canto da Capital, com a presença de monumentos históricos que homenageiam imigrantes de origem europeia, afrodescendentes e a população indígena ou aspectos religiosos, tais como o Monumento ao Índio Arariboia, à Iemanjá e a Cruz Reverente.
RELIGIOSIDADE
Padre Kelder Brandão ressalta as expressões de fé. (Divulgação)
As marcas da religiosidade de Vitória atravessam o tempo, para além das instituições. Vão desde monumentos históricos, como a Igreja do Rosário, às mais diversas expressões de fé como as romarias católicas e a Festa de Iemanjá
Padre Kelder Brandão
•Vigário para Ação Social, Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória
DIÁLOGO
Pastor Romerito em momento de pregação: ações sociais da igreja. (Divulgação )
Vitória tem se mostrado uma cidade aberta ao diálogo inter-religioso. Não é razoável qualquer tipo de depreciação da crença. É preciso entender que as instituições religiosas promovem ações fundamentais desenvolvidas no contexto social onde o Estado não chega
Romerito Oliveira da Encarnação
• Presidente da Associação dos Pastores de Vitória (APEV)
TRANSFORMAÇÃO
Para Fabiano Santos, a religiosidade é um caminho para despertar. (Divulgação)
Neste momento de transformação da humanidade, a religiosidade tem sido um caminho para despertamento do indivíduo para a Vitória. Entender-se como Ser Multidimensional, como nos ensinam os Espíritos da Codificação, é primordial para o autoencontro
Fabiano Santos
•Presidente da Federação Espírita do Estado do Espírito Santo
RESISTÊNCIA
Mãe Matilde de Oya lamenta o momento de intolerância religiosa. (David Ferreira dos Santos/Divulgação)
Acredito que uma das marcas da religiosidade de Vitória seja a resistência em manter nossa cultura e fé vivas, pois estamos em uma momento de grande intolerância religiosa e fake news. Temos muito orgulho da nossa religião, que cresce a cada amanhecer
Mãe Matilde de Oya
•Yalorixá da Casa Caboclo Flecheiro Pena Branca
COEXISTÊNCIA
Douglas espera que as pessoas possam conviver bem, mesmo com a diferenças. (Divulgação)
Para a pequena comunidade judaica que aqui vive, é uma vitória pensarmos em tudo o que já conquistamos. Queremos contribuir para uma Vitória onde possam coexistir vários outros símbolos religiosos e que possamos todos conviver com muita união e muito shalom
Douglas Miranda
•Diretor da Congregação Israelita Capixaba (Cicapi)
CONFIRA ALGUNS MONUMENTOS
Índio Arariboia: Estátua de bronze, de autoria de Carlo Crepaz. Traz figura de um índio guerreiro em tamanho natural assentada sobre uma pedra, apontando seu arco e flecha para a baía de Vitória. Nas dependências do Clube de Regatas Saldanha da Gama
Iemanjá: Estátua de concreto armado, o monumento foi concebido por Iannis Zavoudakis. Representa a Rainha do Mar e homenageia as tradições afro-brasileiras. No píer da Praia de Camburi
Monumento à Comunidade Negra: Representando uma casaca, o monumento, de autoria de Irineu Ribeiro, é um reconhecimento a contribuição dos afrodescendentes. Na Avenida Américo Buaiz, em frente à Assembleia Legislativa
Monumento ao Imigrante: Obra arquitetônica de autoria de Sheila Basílio. Erguida na Praça José Neffa. Representa a importância da cultura italiana. Na Avenida Américo Buaiz, na Enseada do Suá
Cruz Reverente: Monumento comemorativo à visita do pontífice João Paulo II ao Estado, em 1991. Na Enseada do Suá, Praça do Papa
Clique na imagem abaixo e acesse a revista interativa em homenagem aos 470 anos de Vitória:
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