Sem a presença das multidões, as duas últimas edições da Festa da Penha foram marcadas por uma Prainha muito menos efervescente. Agora, com o retorno das celebrações presenciais, as lojas aos pés do Convento e no entorno da região, em Vila Velha, retomam também a fé nas vendas dos artigos religiosos.
Veteranos ou estreantes, os comerciantes que têm a oportunidade de atender o público participante estão na expectativa. Há 18 anos trabalhando na sua loja Sagrada Família, Anderson Souza Cruz diz ter esperanças de que o regresso dos devotos se converta também em um impulso para seu pequeno negócio no varejo. “A expectativa é a melhor possível. Abasteci o estoque. Comprei produtos. As vendas estão aumentando aos poucos nesses meses. Durante a pandemia, tivemos uma queda bastante significativa”, disse o proprietário.
Com a experiência de mais de uma década e meia na atividade, ele está ansioso para a chegada do fim de semana e do Dia de Nossa Senhora da Penha, na próxima segunda-feira (25). “São as datas de maior movimento, com o desembarque principalmente dos fiéis das dioceses do interior. O movimento de pessoas já aumentou sim, mas não as vendas. Isso acontece mais nos três últimos dias da festa”, explicou o comerciante, na última terça-feira (19), para a reportagem.
Para atrair o público, ele estendeu o expediente, que segue até as 17h30 ou 18h – fora da Festa da Penha, as portas se fecham às 14h ou 16h.
Quem estreia como comerciante neste ano na Prainha é Lucimar Maria Angeli Maciel, que abriu a sua loja, Cantinho da Penha, em 2019, somente alguns meses antes do início da pandemia e do decreto que ordenava o fechamento dos pontos de venda.
“Abri a loja em novembro daquele ano já pensando na Festa da Penha em 2020. Fui pega de surpresa com a pandemia. Graças a Deus, não tinha feito dívidas, por isso consegui me manter com as parcelas das vendas a crédito para os clientes e com o salário de pedagoga aposentada. Agora será a minha primeira vez como comerciante na Festa da Penha, pois participei muitas vezes dela, mas como catequista”, afirma.
Terços, imagens, ímãs, pulseiras, cordões, adornos de porta, escapulários, velas, canecas, Bíblias, cruzes, chaveiros e lembranças de batismo, crisma e eucaristia são apenas algum dos produtos que Lucimar e Anderson vendem e que também estão nas prateleiras do estabelecimento de João Batista da Silva, a loja São Bento.
“Abri a loja em novembro de 2019 e para mim tudo vai ser novo. Considero a Festa da Penha para nós similar ao período de fim de ano para o comércio em geral. Preferi não fazer muitas dívidas e não reabastecer o meu estoque, que já é bom. Temos uma loja completa de artigos religiosos. Vamos ver como será o movimento”, disse João.
Cintia Dias Sipolatti, dona da loja Original do ES, está ciente de que essa retomada será de desafios. “Vivemos um processo muito lento do comércio. Nossa especialidade era excursão da terceira idade e até hoje esses fiéis não haviam voltado totalmente. Antes da pandemia, a loja abria todos os dias e, com ela, passei a abrir somente aos fins de semana. Agora, para a Festa da Penha, estamos funcionando diariamente. Esperamos recuperar as boas vendas e voltar ao que era antes”, pontua.
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