A retomada das aulas presenciais durante a pandemia começou a partir de 5 de outubro, no Espírito Santo, depois de quase sete meses de escolas fechadas. Mesmo com o retorno condicionado à adoção de protocolos de segurança, como distanciamento social e uso de máscaras, unidades de ensino estão precisando fazer novas suspensões de atividades presenciais devido aos casos de Covid-19 registrados entre alunos, professores ou funcionários.
O caso mais recente foi da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Leão Nunes, em Cariacica, onde pouco mais de 100 estudantes frequentavam as aulas presenciais. As atividades foram suspensas nesta segunda-feira (9) e só têm previsão de retorno no dia 23. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), a Vigilância Sanitária esteve na unidade após ser acionada pela diretoria, e sugeriu que a escola suspendesse as atividades por 14 dias para evitar a proliferação do coronavírus.
A prefeitura de Cariacica, responsável pela Vigilância Sanitária, e a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), órgão ao qual está vinculada a escola, não informaram o número de pessoas infectadas.
No final do mês passado, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio David Roldi, em São Roque do Canaã, também precisou ser fechada. De acordo com a prefeitura, as aulas foram suspensas em dia 26 de outubro após sete funcionários, entre professores, serventes e servidores da secretaria, testarem positivo para a Covid-19.
Na rede privada, também houve episódios de suspensão de atividades presenciais, não para toda a escola, mas para determinados segmentos. É o caso da unidade do Darwin, em Vila Velha, onde os estudantes do ensino fundamental tiveram que voltar para o ensino remoto após quatro professores apresentarem sintomas de síndromes gripais, sendo que um deles testou positivo para a Covid-19. O planejamento é retornar as aulas no próximo dia 13 de novembro.
Nesta segunda-feira (9), foi a Escola Primeiro Mundo, em Vitória, que retirou provisoriamente a disponibilidade de aulas presenciais para três turmas do ensino fundamental II, após um professor também ter sido diagnosticado com a doença.
A situação das escolas tem sido acompanhada pelas equipes de Vigilância Sanitária. Na Serra, as inspeções fazem parte da rotina. Das denúncias recebidas, segundo o órgão, 43 casos foram confirmados e investigados, todos em unidades particulares e estaduais. Mas, na avaliação da vigilância, os casos identificados não caracterizam surto ou a necessidade do fechamento das unidades de ensino. A rede municipal só retoma as atividades presenciais em 2021.
Na Capital, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou que tem realizado fiscalizações e algumas escolas foram notificadas para adequações do plano estratégico de prevenção e controle, ou da estrutura física. O número de unidades de ensino notificadas não foi divulgado.
Já a Vigilância Sanitária de Vila Velha declarou que nenhum colégio teve as atividades escolares suspensas por notificação, uma vez que os estabelecimentos não apresentaram, até o momento, situação em que a medida fosse necessária. O órgão informou, ainda, que tem feito ações preventivas de fiscalização em escolas que já apresentaram seus Planos Estratégicos de Prevenção e Controle, independentemente do registro de denúncia.
Apesar dos casos já registrados, para o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Ildebrando José Paranhos, o quadro de contaminação pode ser ainda pior.
"O Estado está colocando em risco a vida dos profissionais e dos alunos, pois está havendo aula presencial normalmente. Há professores que foram afastados com suspeitas, estão com muito medo. Alunos tiram as máscaras e encostam nos professores. Os profissionais estão em pânico sem ter a quem recorrer, visto que há ambientes que são fechados, não há circulação de ar, janelas, nem mesmo básculas em alguns locais de trabalho e com várias pessoas trabalhando juntas", pontuou Ildebrando.
As escolas são orientadas a comunicar à Sedu e à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) sobre registros de casos confirmados de Covid-19. Em nota conjunta, porém, os dois órgãos se limitaram a responder que a quantidade de escolas que tiveram que suspender as aulas presenciais e os casos confirmados ainda está sendo levantada. A solicitação de dados foi feita pela primeira vez no dia 3 de novembro, mas até esta segunda (9) não havia conclusão desse levantamento.
Ao ser questionada sobre o Inquérito Escolar e o Censo dos profissionais, a Sedu, também em nota, disse que serão divulgados nos próximos dias, sem delimitar data. O órgão reforçou que as escolas foram autorizadas a abrir, desde que seguissem um protocolo, que foi elaborado pela Sesa, sendo que uma das orientações do protocolo é que qualquer pessoa com síndrome gripal deve se ausentar da unidade de ensino e comunicar à direção da escola.
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