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Volume de vazamento de óleo em São Mateus é "significativo", aponta Crea

Volume de vazamento de óleo em São Mateus é "significativo", aponta Crea

Acidente ocorreu na última quarta-feira (16) no Campo Inhambu, em São Mateus, em área operada pela empresa Seacrest

Publicado em 21 de outubro de 2024 às 14:56

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Órgão faz vistoria em São Mateus, que deve durar até sexta-feira
Órgão faz vistoria em São Mateus, que deve durar até sexta-feira . (Divulgação/Crea-ES)

Até o momento, cerca de 28 mil litros de mistura oleosa com água tiveram contato com o solo e vegetação após o vazamento registrado na última quarta-feira (16) no Campo Inhambu, localizado na comunidade de Palmitinho, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo. Somente de óleo foram 9 mil litros. A quantidade do derramamento foi confirmada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Segundo a análise inicial do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), é um volume “significativo”. O órgão iniciou nesta segunda-feira (21) uma vistoria, que deve durar até sexta-feira.

De acordo com o agrônomo Bismark Zuliani Pavezi, pode haver uma contaminação do solo, que pode influenciar o lençol freático e a água.

“É uma quantidade significativa. Pode haver uma grande contaminação, principalmente na parte do solo e contaminando toda a região. Indiretamente, pode ter contaminação de fauna, uma fauna que faz transição, já que existe um corredor ecológico, e também, diretamente, de flora com escoamento e absorção pelas plantas. Pode ocorrer um impacto ambiental muito grande”, disse.

Segundo o presidente do Crea-ES, Jorge Silva, busca-se a resposta de várias perguntas. Ainda será investigado o impacto ambiental e também serão verificados os quesitos técnicos e mecânicos do local por conta do vazamento.

“Viemos em uma equipe com profissionais de várias áreas. Vamos verificar os danos ambientais que foram causados e se estão sendo cumpridas as normas. Queremos saber como o dano foi causado, se a empresa está devidamente registrada e em condições de atuar. Temos levantamentos da hora que ocorreu até então e vamos fiscalizar. Nossa meta é dar uma resposta à sociedade”, comentou.

O que diz a ANP

Em nota, a ANP informou que foi comunicada dentro do prazo previsto na legislação e agendou uma reunião com o operador.

“A empresa apresentou as explicações pertinentes e informou que o poço foi controlado, o vazamento foi cessado e todos os equipamentos já foram substituídos. Foi informado ainda que já foi iniciada a despoluição da área, a qual está ocorrendo sob supervisão do órgão ambiental estadual”, afirmou.

Segundo a agência, após o incidente, a empresa “realizou operações para sanar o vazamento, substituiu todos os equipamentos relacionados ao incidente e determinou a não utilização de equipamentos similares. A ANP emitiu ofício com notificações e irá realizar o acompanhamento do caso”.

“Um processo administrativo já foi aberto e futuramente pode, ou não, resultar em autuações, dependendo das conclusões. A investigação do incidente já está em curso por parte do operador, conforme legislação vigente”.

O que diz o Iema?

Na última semana, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) informou, em nota, que “as avaliações preliminares mostram que ocorreram impactos leves na vegetação do entorno do cavalo de extração de petróleo”.

Afirmou também que uma avaliação mais detalhada será realizada nos próximos dias. A reportagem de A Gazeta procurou novamente o Iema nesta segunda-feira (21), questionando sobre a análise, mas ainda não obteve retorno.

O que diz a empresa?

A Seacrest Petróleo mobilizou uma equipe para a limpeza em torno do poço IBU-78, desde o momento em que houve o controle do poço, no Campo de Inhambu, em São Mateus (ES), onde, no último dia 16, houve um vazamento de vapor de água e emulsão oleosa. A empresa informou que as atividades de limpeza estão sendo realizadas por uma empresa de consultoria líder em gestão ambiental. 

O trabalho inclui remoção, transporte e descarte adequado dos resíduos coletados. Todo o trabalho de limpeza da área está sendo acompanhado pelas autoridades ambientais responsáveis, que foram imediatamente avisadas pela Seacrest no incidente, no dia 16.

Uma equipe especializada foi mobilizada para realizar a limpeza da área afetada, monitorar o impacto ambiental e implementar ações de mitigação a fim de minimizar os danos ao ecossistema local. A locação do poço já se encontra totalmente limpa e o impacto nas copas das árvores próximas afetadas, já está em processo de mitigação. Nenhum curso hídrico foi atingido. Além disso, uma investigação minuciosa sobre o ocorrido será liderada por uma terceira parte, para identificar as causas do incidente. Estamos atuando de maneira célere e em cooperação com as autoridades ambientais.

José Cotello, CEO da Seacrest Petróleo

*Com informações de Rosi Bredofw, repórter da TV Gazeta Norte

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