O estudante Robson Amorim de Freitas, de 32 anos, continua desaparecido na França. Neste domingo (30) completa uma semana que a família fez o último contato com ele. O capixaba, que é morador de Ibatiba, no Sul do Espírito Santo, estudava e trabalhava na Irlanda havia dois meses. No último fim de semana, ele estava no aeroporto de Paris-Charles de Gaulle, na França, quando sumiu.
Nesta quinta-feira (27), a família teve a informação de que Robson foi atendido em um hospital psiquiátrico. Segundo a irmã dele, Cyntia de Freitas, uma advogada de Paris foi contratada para descobrir o paradeiro. "Ela (advogada) ligou para a polícia do aeroporto, coisa que a gente já tinha feito, e teve a informação que meu irmão foi levado pela polícia para uma clínica".
De acordo com o consulado, Robson foi atendido e saiu pela porta da frente da clínica. O médico disse que ele estava bem, mas não existe um boletim e nenhum registro sobre o atendimento. A polícia francesa diz que isso é sigiloso.
A irmã estranha o fato de que a polícia e a clínica não fizeram contato com o consulado para falar do ocorrido. De acordo com a família, a informação só foi descoberta pela advogada. Cyntia acredita que realmente alguma coisa de errado tenha acontecido. "Eu penso que se a polícia pegou meu irmão não foi à toa. Alguma coisa de diferente aconteceu para uma pessoa ser levada ao hospital psiquiátrico e ser liberada no outro dia", afirma.
De acordo com a família, a mochila do jovem ficou para trás no aeroporto com o notebook e documentos. Eles conseguiram recuperar os pertences após contato com a escola em que Robson estudava. "Não sei se meu irmão está com passaporte, telefone, se tem dinheiro, se está aquecido. Na França está fazendo muito frio e a gente continua sem nenhuma notícia", lamenta Cyntia.
Segundo a irmã, foi feito um boletim de ocorrência de desaparecimento neste sábado (29) na França, com a ajuda de uma amiga. Porém, ainda de acordo com a irmã, a investigação depende de um dossiê da Interpol do Brasil, que disse que vai encaminhar para a Interpol francesa. A irmã de Robson disse que é tudo muito burocrático, e que até agora não teve retorno. "Quem está ajudando são as pessoas procurando, compartilhando fotos, cartazes. Nós precisamos de ajuda do governo, meu irmão é um cidadão brasileiro".
Questionada se o irmão apresentava algum problema psicológico durante esse período que estava fora, a irmã disse que ele estava bem. Trabalhava e estudava muito. Sempre mandava fotos e vídeos dos locais por onde passava, e era elogiado pelos amigos e professor.
Só na semana passada que o irmão fez contato e começou a falar que estava sofrendo perseguição, dizendo que tinha alguém o vigiando. Foi aí que a família percebeu que Robson estava entrando em surto. Ele ligou para irmã dizendo que precisava sair da Irlanda e que iria embarcar para a França.
Na manhã do domingo passado, ligou e disse que não estava bem e que precisava voltar para a casa. Pediu dinheiro para comprar a passagem, a irmã mandou e ele realizou a compra - lúcido. Na hora de fazer o teste de Covid para o check-in, não quis fazer. "Ele me mandou uma mensagem falando que não ia fazer o teste e que era pra eu ir buscá-lo. Desde então, não consigo mais falar com ele".
A família pede ajuda para encontrar Robson Amorim de Freitas. Caso alguém tenha alguma informação, pode entrar em contato pelo número (28) 99904-2009.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, conhecido como Itamaraty, foi procurado pela reportagem sobre o desaparecimento do jovem. Assim que houver retorno, o texto será atualizado.
Com informações de Pollyanna Patrício
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