As férias de verão já passaram e agora muitas famílias começam a mirar os feriadões ao longo do ano e as férias de julho para viajarem. Para boa parte dessas pessoas, a primeira opção que vem à mente é passear no exterior. Mas um fator tem feito com que cada vez mais brasileiros desistam das viagens internacionais: o câmbio em alta. Nesta semana, o dólar bateu seu recorde nominal chegando a R$ 4,35.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, até chegou a provocar na quarta-feira (12) dizendo o câmbio continuará alto e que os brasileiros deveriam se contentar em viajar pelo país. "Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia, uma festa danada. Pera aí. Vai passear em Foz do Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, está cheio de praia bonita. Vai para Cachoeiro do Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu, vai passear o Brasil", disse.
Economistas e sites de viagens, no entanto, dão dicas preciosas que podem ajudar a driblar o dólar alto e manter os planos de viajar para fora do país. Dá até para ir para a Disney, mas é preciso seguir à risca uma palavra-chave: planejamento.
"A gente tem uma tendência do câmbio continuar alto mas, mesmo com o dólar um pouco mais caro, quem quer viajar consegue com uma economia e cabendo no orçamento. Não é impossível. Só planejar tudo bem e reduzir despesas que dá para abrir mão", adianta o economista Eduardo Araújo.
Da pesquisa por destinos e voos à hospedagem, reunimos 10 dicas com o auxílio do economista Eduardo Araújo e de sites especializados em turismo e viagens. Veja abaixo:
A primeira pergunta é: "para onde você quer ir?" E essa opção pode mudar muito os passos seguintes. Se não tiver um local específico ou dos sonhos, pode optar por exemplo por países com moeda menos valorizada, como destinos na América do Sul. Até se for para a Europa, há diferença para o bolso entre um país e outro. "Tem que ver o custo de cada destino. Ir para a Inglaterra e França, por exemplo, sai mais caro do que Portugal", comenta o economista Eduardo Araújo.
Junto do "onde", uma decisão inicial importante é o "quando". O recomendável é viajar em datas de baixa temporada. Para os Estados Unidos, Canadá e algumas localidades da Europa como a Suíça, o inverno (verão aqui) costuma aumentar os preços. Épocas de festas e feriados tradicionais também contribuem para isso. "A alta temporada faz o custo da passagem e hospedagem subirem muito, então que ir fugir dela", frisa Araújo.
Um dos itens que mais pesa no bolso para fazer uma viagem internacional é a passagem. Antes da compra, é preciso pesquisar bem os preços. Há vários sites e aplicativos que oferecem essa comparação. A ferramenta Google Flights também é uma boa opção, pois por ela é possível criar um alerta quando o preço de um voo cai. Ficar de olho nas promoções de companhias aéreas - locais e estrangeiras - também é uma boa.
Ainda na compra de passagens aéreas, outra dica valiosa é garanti-las o quanto antes possível. "Tem que ser de 120 dias e 60 dias de antecedência no mínimo", frisa Eduardo Araújo. Em algumas companhias, é possível comprar os bilhetes até um ano antes da viagem. A lógica nesses casos é quanto mais cheia a aeronave vai ficando, ou seja, quando se aproxima a data da viagem, mais caros vão ficando esses assentos restantes. É a lei do mercado: oferta e demanda.
A hospedagem também conta muito. E aí você tem duas opções. Se quiser optar por hotéis e pousadas tradicionais, compare bem os preços. "Quem não abre mão de uma hospedagem assim tem que monitorar sites e aplicativos para pesquisar e comparar com outros na mesma região", cita Eduardo.
Outra boa possibilidade de hospedagem é em serviços e apps de locação de imóveis, diz Eduardo: "Eles permitem uma experiência de morador da cidade, de residente, que é boa. O custo é menor e ainda tem a economia com a alimentação, já que você pode fazer sua própria refeição em casa"
A compra da moeda estrangeira tem que ser feita com antecedência. "O ideal é comprar 70% do que você vai utilizar lá de forma antecipada". Ao comprar lá fora, prefira pagar com a moeda em espécie que você comprou do que usar o cartão de crédito. Além de não fazer dívida futura, você não fica refém da cotação do dia (que pode estar mais alta) e paga menos imposto.
Fazer uma viagem de poucos dias pode ajudar reduzir custos de diárias, mas fazer muitas coisas em pouco tempo também ajuda a encarecer o rolê. "Você aproveita pouco os lugares e tem um gasto muito alto com deslocamento. O ideal é reduzir isso e dar preferência por locais próximos uns dos outros".
Se tiver que fazer muitos deslocamentos, uma boa opção pode ser o transporte público. Países europeus, por exemplo, possuem um sistema de transporte de trilhos bem eficiente e barato ligando vários países.
Por fim, já durante a viagem, controle os gastos. Nada de ficar comprando tudo que vê pela frente - muito menos no cartão de crédito. Além da dívida depois ser bem maior, há o risco de ter que despachar malas extras no avião (com cobrança em moeda estrangeira) para carregar toda a tralha.
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