As 11 áreas de sal-gema localizadas no Norte do Espírito Santo e que fizeram parte da 4ª Rodada da Agência Nacional de Mineração (ANM) foram arrematadas. Quatro empresas - Dana Importação e Exportação LTDA, José Augusto Castelo Branco, Pedras do Brasil Comércio Importação e Exportação LTDA e Unipar Carbocloro S.A - ganharam o leilão e ficarão responsáveis por explorar as áreas em Conceição da Barra, onde está a maior jazida da América Latina.
O resultado do certame confirma o potencial de desenvolvimento dessa atividade econômica no Estado.
Para a presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, o interesse dos investidores é um excelente sinal para o Espírito Santo, que poderá receber mais de R$ 170 milhões em investimentos no período de três anos, apenas na fase de pesquisas.
“Vamos ter a oportunidade de finalmente começar a explorar uma riqueza que há décadas existe no Estado. E isso é muito bom, já que o desenvolvimento dessa atividade no Espírito Santo pode ter reflexos sobre inúmeras cadeias da indústria. O sal-gema pode ser aplicado, por exemplo, na produção de PVC, de baterias, de defensivos agrícolas, de tecidos, vidros, metalurgia, entre tantos outros produtos. Nós estimulamos o debate antes do leilão e vamos continuar dando suporte para fortalecer e qualificar mais uma atividade econômica no Espírito Santo”, enfatizou Cris Samorini.
Agora, com a divulgação do resultado, vão ser iniciados trâmites como interposição de recursos, análises dessas contestações, entre outras avaliações. A publicação do ato de homologação do resultado está marcada para 29 de outubro.
Literalmente da terra, ou melhor debaixo dela, vem o sal-gema, que tem o mesmo “DNA” (cloreto de sódio) de seu “irmão caçula” e mais conhecido: o sal marinho, geralmente transformado em sal de cozinha.
A diferença está na maneira como se formam: o sal que dá tempero, que consumimos no dia a dia, geralmente vem do mar e surge a partir da evaporação da água represada pelo homem.
Já no caso do sal-gema, a evaporação e formação das rochas teve início há 120 milhões de anos, quando houve a deposição de sal, conforme explica o professor do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Paulo de Tarso Ferro de Oliveira Fortes.
Não por acaso, o sal-gema é também conhecido como sal fóssil. As camadas levaram cerca de 500 mil anos para serem formadas naturalmente. De acordo com o geólogo, o sal-gema é encontrado no mundo todo. As rochas achadas no Estado estão em camadas com até 2 mil metros de profundidade e apresentam boa pureza.
Enquanto o sal marinho é geralmente usado no consumo humano e de animais, o sal-gema, que existe em quantidades maiores, é empregado sobretudo na indústria química.
Trata-se de uma matéria-prima versátil, usado na fabricação de cloro, soda cáustica, ácido clorídrico e bicarbonato de sódio; na composição de produtos farmacêuticos; nas indústrias de papel, celulose e vidro; e em produtos de higiene, tais como sabão, detergente e pasta de dente. É empregado também no tratamento da água e nas indústrias têxtil e bélica.
O sal-gema é uma rocha composta basicamente por halita (NaCl) e não pode ser confundido com sal de potássio (KCl), geralmente usado para produzir fertilizantes.
*Com informações da Web Assembleia
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