A pandemia do novo coronavírus afetou duramente a rotina das empresas, que tiveram que se adequar às pressas a uma série de medidas para evitar a contaminação de seus funcionários. Entre reforço de medidas de higiene e afastamento de grupos de risco, diversos protocolos foram adotados. Mas, à medida que as atividades vão sendo retomadas, outras estratégias estão sendo criadas. E um delas é aplicar um novo tipo de teste que dá resultado em oito minutos e promete ser mais confiável que outros exames rápidos realizados no mercado.
A fim de evitar um surto de coronavírus no ambiente de trabalho, cerca de 500 empresas atacadistas e que atuam com comércio internacional devem testar 24,5 mil funcionários para o retorno das atividades presenciais agora em agosto e em setembro.
A previsão é de uma testagem em massa, viabilizada por meio de um convênio firmado entre o Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex) e o Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades) com empresas que fornecem os testes para identificação da Covid-19.
Segundo Gustavo Ribeiro, um dos médicos responsáveis pelo programa, o diagnóstico é obtido por meio de teste de antígenos. Mas, diferentemente do chamado teste rápido feito por meio da coleta de sangue , este é realizado por meio da coleta de uma amostra nasofaríngea, com swab (um tipo de cotonete), semelhante à técnica utilizada no exame de PCR, que é o mais indicado para o diagnóstico da doença.
A testagem em massa é uma recomendação às empresas, que, apesar disso, podem optar por testar somente os trabalhadores sintomáticos, conforme explicou o presidente do Sindiex, Sidemar de Lima Acosta.
Mas, via de regra, há alguns procedimentos que devem ser seguidos. Além das medidas de higiene e distanciamento, é preciso fazer uma triagem dos trabalhadores, medir a temperatura na entrada, verificar se apresentaram algum sintoma ou tiveram contato com alguém possivelmente contaminado. A qualquer sinal de alerta, o trabalhador deverá ser encaminhado para realizar o teste.
Para cada trabalhador testado, a empresa precisará pagar R$ 125. Normalmente, custaria mais de R$ 200. Outros tipos de exames, como o que identifica o IgG, o teste rápido e o PCR, custam, respectivamente, em média, R$ 150, R$ 225 e R$ 360.
Os testes foram iniciados no começo deste mês e serão realizados enquanto houver demanda por partes das empresas. A ideia é que o método seja usado até durante todo o período em que as companhias tiverem empregados com resultado positivo para a nova doença.
O presidente do Sincades, Idalberto Moro, destacou a importância do serviço, que considerou como essencial para garantir a segurança dos trabalhadores. "Estamos bastante felizes com a iniciativa, porque se trata de uma doença nova, com a qual nunca lidamos. Agora, teremos embasamento para tomar as medidas necessárias.
O advogado trabalhista Wiler Coelho destacou que não há impedimento para que as empresas testem seus funcionários. "Entendo que, para uma retomada às atividades mais segura e consciente, as empresas devem testar. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a testagem ainda é uma grande forma para que se tenha certo controle sobre o vírus."
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