Devido a dívidas da Unimed Rio, quase 3,7 mil clientes da operadora de saúde no Espírito Santo, que eram atendidos pela Unimed Vitória, estão impossibilitados de marcar consultas e realizar exames. A suspensão foi aplicada no final de agosto e tem sido questionada por usuários do plano.
No total, 3.691 pessoas podem ser afetadas pelas restrições. Tratam-se de antigos usuários da GoldenCross, um plano que era oferecido em território capixaba, mas cuja carteira de clientes foi adquirida pela Unimed Rio.
Para garantir a assistência aos pacientes no Espírito Santo, valores eram repassados à Unimed Vitória. Entretanto, segundo a cooperativa capixaba, pendências financeiras levaram à suspensão temporária dos atendimentos eletivos. A cifra devida não foi informada.
“A diretoria da Unimed Vitória já se reuniu com a diretoria da Unimed Rio, mas até o momento não houve retorno quanto a um acordo de pagamento, a partir do qual todos os atendimentos poderão ser retomados", afirma a cooperativa, em nota.
A Unimed Vitória ressalta ainda que os atendimentos continuam sendo realizados em casos de urgência e emergência, assim como está garantida a assistência aos pacientes já internados.
No Reclame Aqui, plataforma que reúne denúncias e busca intermediar conflitos entre empresas e consumidores, o filho de uma paciente idosa relatou que os atendimentos foram suspensos sem aviso prévio e que a mãe, que tem 73 anos e está com o pagamento do plano em dia, foi prejudicada pela decisão, uma vez que há vários tratamentos em andamento.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou, na noite de quarta-feira (4), que os atendimentos prestados aos clientes da Unimed Rio pela Unimed Vitória são feitos por meio de uma parceria entre as duas operadoras, com a prática de contratação de prestadores de assistência à saúde (clínicas e hospitais) de forma indireta, ou seja, intermediada por outra operadora de planos de saúde.
"Nesse caso específico relatado, não há possibilidade de qualquer punição para a Unimed Vitória por não atendimento aos beneficiários da Unimed-Rio, já que nesse caso a responsável por garantir a cobertura assistencial é a Unimed-Rio", destacou.
Ainda assim, a ANS esclareceu que está ciente da situação da Unimed-Rio "e que a operadora se encontra em regimes especiais de direção fiscal e direção técnica por conta de problemas econômico-financeiros e assistenciais."
A agência explicou ainda que as operadoras de planos de saúde são obrigadas a oferecer todos os procedimentos previstos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde para atendimento integral da cobertura de acordo com a segmentação assistencial, área geográfica de abrangência e área de atuação do produto, dentro dos prazos definidos pela Agência.
Caso a operadora opere em desacordo com as regras, pode ser alvo de processo administrativo, levar multas e ter a comercialização de planos suspensa temporariamente em decorrência de reclamações, como já acontece com alguns planos da Unimed Rio, que foram suspensos até que as queixas registradas junto à ANS diminuam.
Na mesma nota, a ANS orienta os usuários que estiverem enfrentando problemas de atendimento para que procurem, inicialmente, a operadora, e, caso não tenham a questão resolvida, registrem reclamação nos canais de atendimento da agência.
Em nota enviada na quinta-feira (5), a Unimed Rio informou que "está buscando normalizar o mais breve possível a demanda de atendimentos dos cerca de 750 clientes que residem em Vitória."
A operadora frisou ainda que, em paralelo, "segue avançando no projeto que prevê a migração de clientes fora das cidades do Rio de Janeiro e Duque de Caxias para Unimeds da região de residência ou do CNPJ do beneficiário."
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