Durante a pandemia do novo coronavírus, quase meio milhão de trabalhadores no Espírito Santo não acharam ou desistiram de procurar emprego, segundo dados do IBGE. Em junho, no Estado, 257 mil pessoas disseram que não buscam emprego por causa da Covid-19, outras 214 mil estão desempregados.
O total de trabalhadores que desistiu de procurar emprego devido à pandemia representa 58,3% dos profissionais que não buscaram por uma vaga em junho (441 mil), mas que gostariam de trabalhar. Em maio eram 435 mil pessoas nessa situação.
Já o número de pessoas que estão desempregadas cresceu no Estado. Em maio eram 189 mil e em junho passou para 214 mil, um aumento de 4,9% entre os meses. Com isso, a taxa de desocupação do Espírito Santo no mês de junho foi de 10,8%.
As informações são da segunda edição da Pnad Covid-19 mensal, realizada pelo IBGE, divulgada nesta quinta-feira (23). O levantamento é uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-Contínua), realizada com apoio do Ministério da Saúde, para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal.
De acordo com as estatísticas do IBGE, entre maio e junho, o número de pessoas ocupadas e afastadas do trabalho que tinham reduziu de 328 mil para 281 mil. Quando o motivo do afastamento era o distanciamento social o total também caiu, passando de 258 mil, em maio, para 206 mil no mês seguinte.
A pesquisa mostrou ainda que o número de pessoas que passou a trabalhar de forma remota, em casa, cresceu 2% no Espírito Santo. Em maio eram 135 mil pessoas trabalhando na modalidade home office, já em junho o total foi de 138 mil.
O rendimento médio real efetivo recebido de todos os trabalhos das pessoas ocupadas no Espírito Santo reduziu de R$ 1.730 para R$ 1.719, entre os meses de maio e junho, segundo o IBGE.
Apesar da renda ter caído, o total de pessoas ocupadas e que tiveram redução do salário pela MP 936, de redução de jornada de trabalho e salários, reduziu. Em maio eram 618 mil trabalhadores nessa situação e em junho o número caiu para 579 mil.
Ainda durante o mês de junho, mais pessoas passaram a receber o auxílio emergencial de R$ 600 no governo do federal. Em maio 516 mil receberam o benefício no Espírito Santo, já em junho foram 584 mil, um aumento de 13,1% entre os meses. O valor médio do benefício foi de R$ 810 por pessoa.
Já o número de famílias que não recebiam o auxílio no Estado passou de 842 mil para 780 mil, entre os meses de maio e junho.
No mês de junho, cerca de 29,4 milhões de domicílios receberam algum auxílio relacionado à pandemia (como o auxílio emergencial e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda). O número corresponde a 43% do total de domicílios (68,3 milhões) no país. Em maio, eram 26,3 milhões de domicílios, atingindo cerca de 38,7% do total.
O valor médio do benefício foi de R$ 881 por domicílio. Nas Regiões Norte e Nordeste, respectivamente, 60,0% e 58,9% receberam esse tipo de auxílio.
Entre os 83,4 milhões de trabalhadores do país, cerca de 14,8 milhões estavam afastados do trabalho e, entre estes, 7,1 milhões estavam sem remuneração, o equivalente a 48,4% dos trabalhadores afastados. Em maio, este percentual chegou a 51,3%, o equivalente a 9,7 milhões de pessoas. No Nordeste, 51,8% das pessoas afastadas do trabalho estavam sem remuneração.
Já o percentual de afastados devido à pandemia caiu de 18,6% para 14,2% dos ocupados, de maio para junho, totalizando 11,8 milhões de pessoas.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta