O que um dia já foi a rede de um simpático passarinho azul agora é representada apenas por uma letra: o "X". Como usuário, Elon Musk sempre foi ativo no Twitter, mas, após arrematar a plataforma, pela bagatela de US$ 43 bilhões em abril de 2022, as coisas tomaram uma nova proporção. O bilionário sul-africano passou a ser ainda mais combativo e o embate mais recente (pelo menos no Brasil) é com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Morais.
Musk comentou em uma publicação de Morais sugerindo que o ministro impõe censura e viola a legislação brasileira. De quebra, pediu que ele renuncie ao cargo no STF ou sofra impeachment. No sábado (6), o também dono da Tesla chegou a anunciar que liberaria as contas que estão bloqueadas por decisão judicial, medida que traria de volta ao X usuários como Allan dos Santos, Bruno Aiub (mais conhecido como Monark) e Luciano Hang, banidos das redes sociais por determinação do ministro do Supremo, por disseminarem notícias falsas.
O bilionário alega, ainda, que as multas impostas pelo ministro impactam diretamente a receita da rede social e isso poderia levar até ao fechamento do escritório no Brasil. Moraes, por sua vez, não tolerou as ameaças e os ataques de Elon Musk, e determinou que a conduta do empresário seja investigada em novo inquérito. Também incluiu Musk entre os investigados no inquérito já existente das milícias digitais.
Moraes ordenou ainda que a rede X não desobedeça a nenhuma ordem da Justiça brasileira. E estipulou multa de R$ 100 mil para cada perfil que ele reativar irregularmente.
Todo esse embate também pode levar à suspensão do X no Brasil em razão de descumprimento da legislação. Mas quais seriam as alternativas ao antigo Twitter, caso a rede social saia do ar? A Gazeta apresenta algumas opções.
Apesar de muito conhecido (mesmo que pelo antigo nome), o X está longe de ser a rede social mais popular no Brasil. Dados da pesquisa Digital 2023: Brazil colocam a rede de Musk apenas em 8º lugar, sendo utilizada por 47,7% da população brasileira. Fica atrás de plataformas bem mais novas, como TikTok, Kwai e Telegram. Outro magnata da internet, no entanto, é dono não só da rede mais popular, mas do top 3.
Mark Zuckerberg é proprietário da Meta, conglomerado que controla WhatsApp, que tem um número de usuários equivalente a 93,4% da população brasileira; Instagram, com 89,8%; e Facebook, com 86,8%. Há também o Threads, que chegou com a promessa de enterrar de vez o que um dia foi o "passarinho azul", tendo a força de estar vinculado a um dos produtos mais populares do grupo: o Instagram.
Apesar disso, o "Twitter do Instagram" parece ter ficado só na promessa mesmo. Mesmo com milhares de pessoas criando contas logo após o lançamento, quando a curiosidade baixou, o a nova rede de Zuck esfriou.
Como todas as alternativas que virão a seguir, o Threads tem uma interface que lembra bastante o concorrente. Entre os destaques estão a possibilidade de compartilhar textos com até 500 caracteres e a fácil integração com o Instagram. Essa integração também leva a um dos principais pontos negativos: deletando o Threads, deleta-se junto a conta no Instagram.
Essa já é uma conhecida dos "órfãos" do Twitter pré-Musk. Isso porque seu criador é Jack Dorsey, que também foi um dos criadores e ex-CEO do Twitter. As funcionalidades são bem parecidas. É possível publicar textos com até 300 caracteres, fotos, vídeos, curtir e compartilhas seus posts preferidos. O BlueSky, entretanto, é mais um caso em que a principal vantagem também é a principal desvantagem.
Por ser uma rede de código aberto, descentralizada, é possível que os próprios usuários derrubem postagens que considerem inadequadas, mentirosas ou ofensivas. No papel, parece um bom negócio. Só que é possível que usuários se organizem para derrubar conteúdos só por discordarem deles ou por não irem com a cara de quem postou. Além disso, para entrar é necessário convite e, por isso, a rede ainda conta com poucos usuários.
Admita: você entrou nessa rede; e foi pelo trocadilho. Não é de hoje que brasileiros buscam uma alternativa ao X. Quando a rede ainda ostentava na marca uma ave, outro passarinho simpático, dessa vez amarelinho e com sede na Índia, apareceu juntando duas grandes paixões dos brasileiros: microblogs e piadas ruins.
O duplo sentido (que será evitado neste texto) fez com que vários brasileiros começassem a usar o Koo (esse foi inevitável...) Em 2022, os desenvolvedores tiveram que correr para fazer com que a rede desse conta da entrada de tantos usuários do Brasil. Só que a piada foi perdendo a graça e, consequentemente, o passarinho amarelo, também.
Lá também é possível fazer publicações de até 500 caracteres e existem recursos interessantes para quem busca informações como notícias e tempo. Só que por ser sediado na Índia, onde a legislação sobre conteúdo na internet é mais branda, ainda há um receio do tipo de material que pode ser publicado por lá.
Entramos, agora, na seara de alternativas menos famosas. Mesmo assim, o Mastodon é visto por muita gente como uma das principais alternativas ao X. Ele também é construído em código aberto e permite que os próprios usuários façam a moderação do conteúdo, assim como no BlueSky. Isso quer dizer que há as vantagens e desvantagens desse tipo de produto.
Só que há uma diferença importante a ser destacada aqui. No Mastodon, o conteúdo é entregue de forma cronológica, não com base em algoritmos. Isso, somando-se à construção em código aberto, pode tornar a rede mais inclusiva e amigável. Na teoria, pelo menos. Na prática, há relatos da disseminação de vários conteúdos perigosos por lá também.
Talvez seja injusto colocar o Reddit como um concorrente direto do X. De todas os microblogs listados, ele é o mais distante da rede de Musk. Por lá, os textões com muito mais caracteres do que habitual para as redes colocadas aqui é que fazem sucesso. E fazem mesmo! De acordo com números da própria plataforma, são cerca de 73 milhões de usuários ativos por dia.
A funcionalidade com mais destaque é a possibilidade de criar tópicos de discussão, os chamados "subreddits". Ainda segundo o Reddit, são mais de 100 milhões dessas comunidades. É possível encontrar, por lá, um tópico de discussão para quase tudo, inclusive comunidades acolhedoras para pessoas LGBTQIAP+ ou com TDAH, entre outras.
Mas é na desvantagem em que fica mais parecida com o X. Ainda há na plataforma muito conteúdo pornográfico e discussões que vão contra às políticas de usuário e ambas encontram dificuldade para controlar a disseminação disso.
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