Quem tem antena parabólica analógica, convencional, precisará fazer a substituição do equipamento com a ativação do 5G, a nova geração de internet móvel, que já começa a chegar a diversas cidades do Brasil, inclusive no Espírito Santo.
Isso se deve ao fato de que o 5G vai operar principalmente na faixa de 3,5 GHz. As faixas são as frequências por onde a rede é ativada e funcionam como uma “estrada” no ar, por onde circulam os dados.
Como o sinal das parabólicas antigas funciona em uma frequência muito próxima, pode haver interferência no sinal da TV nos locais em que a nova geração de internet já estiver disponível. É o caso de Vitória, por exemplo.
Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana e Vila Velha também já foram autorizadas a receber o sinal do 5G, segundo lista divulgada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A oferta em outros municípios será feita de forma gradual.
Para evitar prejuízos ao serviço, a agência estabeleceu um prazo de 18 meses, contando a partir de 30 de maio de 2022, para que a transmissão da TV aberta pare de funcionar nas parabólicas antigas. Ou seja, o sinal está programado para ser desligado no fim deste ano.
A não ser que esse prazo seja a prorrogado, as antenas parabólicas antigas, que operam com sinal analógico na Banda C, passarão a ocupar a banda Ku.
Conforme explica Patrícia Abreu. diretora de Comunicação da Siga Antenado, entidade criada por determinação da Anatel para viabilizar a implantação do 5G no Brasil, as pessoas que ainda utilizam as parabólicas mais antigas precisarão efetuar a troca por uma que tenha receptor de sinal digital.
“As pessoas precisam fazer a troca dos equipamentos pelos dois motivos: o mais importante é a questão da interferência. Quando o 5G for ativado em qualquer cidade, as parabólicas vão sofrer interferências porque a frequência é muito próxima. As pessoas podem sentir mais interferências de sinais, mais chiados. As parabólicas tradicionais são uma tecnologia antiga. Então, a troca também promove mais inclusão para a população como um todo, garantido um maior acesso a essa tecnologia mais moderna.”
Ela explica que, mesmo que as antenas analógicas estejam caindo em desuso, ainda existe uma parcela considerável da população que as utiliza, principalmente em cidades do interior. E reforça que a troca do equipamento é gratuita para famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) para programas sociais do governo federal .
“A troca para as famílias de baixa renda, que fazem parte de algum programa social do governo federal e que tiverem uma parabólica tradicional em casa, é gratuita. Elas poderão receber o equipamento em casa, sem pagar nada. Não está disponível para todo mundo ao mesmo tempo. O edital do 5G estipulou um cronograma por fases”, destaca Patrícia Abreu.
O agendamento para troca já pode ser solicitado pelas famílias da Grande Vitória e de outras cidades da Região Metropolitana capixaba que estejam inscritas no CadÚnico. Além disso, a previsão é de que, ao longo de março, o agendamento para outras 18 cidades seja liberado.
A diretora de Comunicação da Siga Antenado frisa que isso não significa que todas essas cidades receberão o 5G em breve. Trata-se de uma etapa preparatória, que inclui a troca das antenas.
“Tem duas formas de a população saber se já pode ser atendida. No nosso site tem a lista de cidades em que está disponível no momento: sigaantenado.com.br. Outra forma é checar, digitando o número do NIS ou CPF, se a pessoa tem direito. Ela vai fornecer algumas informações, inclusive o CEP, e o sistema informa se já tem disponível naquela cidade e se já pode agendar.”
Patrícia esclarece que o serviço contempla o equipamento novo e a instalação. Quem tem direito à troca não tem gastos e a antena antiga fica no local porque é propriedade da família.
De acordo com as informações da Siga Antenado, no Espírito Santo, aproximadamente 11,5 mil moradores da Região Metropolitana têm direito ao kit com a parabólica digital sem custo nenhum.
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