Os baixos juros praticados no Brasil estão fazendo com que investidores mudem os planos que estavam previstos para 2020. Antes, quando a Selic estava alta, os investimentos em renda fixa apresentavam melhor desempenho em relação à renda variável, que sentia os efeitos da crise. Agora, os mais indicados são os investimentos de mais risco, como ações, fundos multimercado e imobiliários.
Sendo mais volátil, a renda variável dá mais opções de ganhos - e também de perdas - aos investidores. A taxa oficial de juros está em 4,5% ao ano - e existe a expectativa que ela ainda caia mais um pouco. Isso significa que para 2020, os investimentos tradicionais em renda fixa vão ter uma rentabilidade bem mais baixa do que a gente está acostumado, avalia o professor e doutor em Ciências Contáveis Fernando Galdi.
Ainda segundo Galdi, a expectativa é que quem deixe o dinheiro aplicado na poupança tenha um rendimento de apenas 3,25% ao ano. Valor pouco abaixo do que deve ser o registrado pela inflação. Na prática, a pessoa que deixar suas economias na caderneta, pode perder dinheiro.
Só vale deixar o dinheiro na poupança quem já tinha o valor aplicado antes da mudança da taxa de juros. Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), outra opção de renda fixa - só valem à pena se tiverem um rendimento acima de 115% ou 120% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), acrescenta Galdi.
Se as opções de renda fixa não se mostram como bons investimentos para 2020, onde estão as melhores oportunidades? De acordo com Charo Alves, assessor de investimentos da Valor, 2020 deve ser um bom ano para investimentos em empresas que atuam no setor varejista e também em fundos imobiliários - sobretudo aqueles que administram salas em shoppings centers.
A gente acredita que com a taxa de juros lá embaixo exista uma tendência de aumento do consumo. Já é possível ver uma aceleração do comércio varejista. Assim, ações de empresas que atuam nessa área podem ser valorizadas ao longo de 2020, avaliou Alves.
Segundo o assessor de investimentos, o aumento de consumo não deve ficar restrito às varejistas - sendo observado em empresas do vestuário, alimentos, e outros. Com esses setores indo bem, as empresas que constroem e administram shoppings passam a aumentar os lucros - sendo, assim, uma boa opção de investimentos, acrescentou.
Segundo Alves, existem diversos fundos imobiliários que administram o aluguel desses empreendimentos. A questão é encontrar um bom fundo, com boa administração e que consiga valorizar os contratos. Geralmente, as cotas são negociadas na bolsa de valores. Assim, é preciso estar cadastrado em uma corretora de valores, ou ter conta em um banco que ofereça este serviço.
De modo geral, os administradores do fundo ficam com o dinheiro dos cotistas, investem em imóveis e, depois, dividem os lucros com os investidores. Quanto mais cotas o investidor adquire, mais lucro recebe na hora da divisão. Assim como outros investimentos, nos fundos imobiliários quanto maior o risco, maiores podem ser os ganhos.
Não necessariamente as ações e os fundos mais caros são os mais rentáveis. Segundo dados divulgados recentemente pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os fundos small caps (que não são das principais empresas negociadas na Bolsa) foram o tipo de fundo de investimento em ações que mais rendeu no acumulado de 12 meses até novembro de 2019: 40%.
Esses fundos privilegiam papéis de valores considerados baixos no mercado de ações, cuja capitalização vai de R$ 300 milhões a R$ 2 bilhões.
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