A região Norte de Vitória deve passar por uma verdadeira transformação nos próximos anos com a ocupação de partes da gigantesca área do Aeroporto Eurico de Aguiar Salles. Nesta quarta-feira (27), a Zurich Airport, empresa suíça que administra o terminal capixaba, apresentou seu plano de desenvolvimento imobiliário para os terrenos vazios da região.
Foram definidos cinco espaços do sítio aeroportuário que são possíveis de serem ocupados comercialmente, considerando as limitações impostas pelo tráfego aéreo. Em uma delas, batizada de área central, o estudo prevê a construção de uma verdadeira minicidade, com vários empreendimentos próximos.
Nessa área, há potencial de implantação de shoppings centers e centros comerciais, hotéis, centro de convenção, arena multiúso, parque urbano com lago, área de esportes, escritórios, instituições de longa permanência, universidades, escolas e igrejas. Há previsão ainda de uma rua gastronômica, com bares e restaurantes.
Essa área "central" ficará entre o terminal e a Avenida Dante Michelini, espaço hoje ocupado por vegetação. O projeto mantém a área de estacionamento hoje existente e prevê ainda mais vagas para carros entre os prédios.
Além da área central, há outras quatro áreas de desenvolvimento de negócios previstas:
Área que margeia a Avenida Fernando Ferrari será destinada a empreendimentos varejistas, como a Leroy Merlin, já instalada na região. Para o local, há projetos avançados para implantação de um atacadista e um posto de combustível.
Área na região da Rodovia Norte Sul, em Jardim Camburi, onde poderão ser abrigadas companhias de logística e prestadoras de serviços de carga aérea.
Loteamento já existente próximo ao estacionamento do terminal, na Avenida Adalberto Simão Nader, será destinado a ser uma cidade do automóvel, com centro de revenda e serviços automotivos e com as marcas premium que atuam na cidade. Também tem potencial para receber um hospital de referência.
Área no cruzamento da Avenida Dante Michelini com a Rodovia Norte Sul, no início de Jardim Camburi, poderá abrigar projetos imobiliários.
Segundo o CEO da Zurich Airport Brasil, Ricardo Gesse, o objetivo é fazer do aeroporto um empreendimento que possa gerar fluxo constante de pessoas em todos os dias e horários, explorando várias vocações.
"Temos as partes de logística e de varejo muito bem encaminhadas já, e temos agora o desenvolvimento da área central, que estamos apresentando agora e que é um pouco mais trabalhoso. Isso porque são vários elementos que se conectam, precisa de um investimento alto para se fazer", explicou Ricardo Gesse.
O planejamento consiste no que poderá ser desenvolvido na região do aeroporto nos próximos anos. O efetivo desenvolvimento, no entanto, depende da adesão de investidores à proposta. Segundo Ricardo Gesse, a Zurich já tem feito conversas sistemáticas com potenciais investidores.
O executivo não detalhou quais investimentos estão mais perto de serem confirmados, mas ponderou que toda a proposta feita pelo aeroporto é baseada na demanda. Na área de varejo, no entanto, já há negociações para a instalação de um atacarejo e um posto de combustível.
Com o plano de desenvolvimento em mãos, a expectativa é que essas novas áreas - sobretudo a central, que prevê a minicidade - estejam prontas num prazo entre cinco e oito anos.
Hoje, a área total do Aeroporto de Vitória tem mais de 1 milhão de metros quadrados, ocupando 20% do território da capital do Espírito Santo. É a última grande área disponível para desenvolvimento imobiliário em Vitória.
O plano de desenvolvimento da Zurich para Vitória é inspirado em práticas da concessionária em outros terminais que ela administra pelo mundo, segundo Tobias Markert, CEO do grupo na América Latina.
A empresa construiu um "boulevard comercial" na frente do recém-inaugurado Aeroporto de Florianópolis, por exemplo, e uma minicidade em formato de círculo nas imediações do Aeroporto de Zurique, na Suíça. Em Belo Horizonte, onde a Zurich tem participação na concessão, está em desenvolvimento o conceito de aeroporto-indústria.
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