O bloqueio de rodovias no Estado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), em protesto contra a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez com que agricultores que dependem do comércio na Central de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa) voltassem com até 50% dos produtos sem ser vendidos.
De acordo com o presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Santa Maria de Jetibá, Egnaldo Andreatta, Na terça-feira (1º), quando 90% dos caminhões que chegariam à Ceasa não conseguiram passar pelos bloqueios, o mercado de verduras foi atípico, com produtores, que geralmente comercializam toda a produção, voltando pra casa com metade da carga.
Santa Maria de Jetibá é um dos maiores produtores de hortaliças do Estado, responsável por abastecer, segundo dados do município, até 40% de hortaliças e 70% das folhagens comercializadas na Ceasa.
De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), o transtorno maior foi em relação aos prazos de entrega das mercadorias. Para a instituição, em relação à produção, seja na agricultura ou pecuária, não houve perda significativa.
Nos supermercados da Grande Vitória também foi detectado um leve desabastecimento em algumas unidades, segundo o superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), Hélio Schneider.
“O transtorno foi, realmente, na linha de hortifrúti, frutas e verduras. O desabastecimento na Ceasa também impactou. Felizmente, hoje, com a liberação das rodovias, o mercado se normalizou. Se a manifestação se alongasse por mais um dia, aí sim, poderíamos ter prejuízos maiores”, aponta.
Outro setor que também sentiu o efeito das paralisações foi o de transportadoras de cargas e de passageiros. Segundo o superintendente da Federação de Transportes do Espírito Santo (Fetransportes), Edinaldo Ferraz, os impactos ainda não puderam ser dimensionados.
“Uma coisa é certa, as transportadoras tiveram, sim, prejuízos, em todos os segmentos. Com relação ao transporte de passageiros, por exemplo, o impedimento dos veículos chegarem a seus destinos nas datas agendadas trouxe não só o transtorno natural daí decorrente, como atraso no cumprimento de suas respectivas viagens”, afirma.
No comércio exterior também houve aumento de custos aos exportadores e importadores do Estado. Em nota, o Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex) informou que “qualquer paralisação que afete a entrada e a saída de produtos pelos modais de transporte gera impacto para o comércio exterior”.
A entidade destaca, ainda, que “respeita a manifestação e é a favor da liberdade de expressão desde que não interfira no direito de ir e vir do cidadão e da economia brasileira”.
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