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Análise: Selic baixa é 'nova realidade do mercado brasileiro'

Análise: Selic baixa é "nova realidade do mercado brasileiro"

Para o doutor em Finanças e Contabilidade Fernando Galdi, a queda ainda mais acentuada da taxa básica de juros vai favorecer quem quer pegar empréstimo, mas pode prejudicar quem investe em renda fixa

Publicado em 5 de fevereiro de 2020 às 21:12

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Taxa Selic está no menor patamar da história. (Reprodução/Web)

O corte na taxa Selic anunciado nesta quarta-feira (5) pelo Banco Central, de 4,5% para 4,25%, deve afetar tanto investidores quanto quem planeja pegar empréstimos. A Selic é a taxa básica de juros da economia e sofreu a quinta redução seguida, alcançando uma mínima histórica.

Para o doutor em Finanças e Contabilidade Fernando Galdi, a Selic baixa é "a nova realidade do mercado brasileiro". Ela reduzirá ainda mais a rentabilidade dos títulos de renda fixa, forçando mais pessoas físicas a investirem no mercado de ações, uma tendência que já tem sido observada nos últimos meses. Por outro lado, essa queda também deve fortalecer a facilidade de tomada de investimentos, já que os juros dos bancos também devem sofrer queda. Veja análise completa abaixo.

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A taxa de juros baixa é a nova realidade do mercado brasileiro

Essa decisão é um marco histórico. Ela sinaliza que, de fato, o Banco Central tem enxergado que a inflação nos próximos meses está sob controle. A queda na Selic traz algumas consequências tanto do ponto de vista dos investidores quanto dos tomadores de recursos. Para os investidores, faz com que a renda fixa fique ainda menos atrativa. Os títulos de renda fixa já tinham se depreciado muito no passado, quando houve queda maior que o esperado da taxa de juros. Agora, a rentabilidade deles, principalmente títulos públicos, títulos indexados à Selic e poupança, a rentabilidade vai ficar muito inferior ao que nós brasileiros estávamos acostumados. Isso fará com que tenhamos uma migração ainda maior para os investimentos em ações. Já temos visto esse movimento: o número de investidores pessoa física aumentou muito na bolsa e a tendência é de que ao longo de 2020 isso continue. Do ponto de vista dos tomadores de recursos, que são as empresas ou pessoas que estão propensos a adquirir imóvel, ou outro financiamento de longo prazo, essa redução é boa notícia. Ela fará com que o crédito fique que cada vez mais barato. Essa é a nova realidade no mercado brasileiro. A expectativa é de que ao longo de 2020 essa taxa continue baixa. Em 2021, potencialmente, pode voltar a subir, mas durante este ano temos que nos acostumar com esse patamar mais baixo.

Análise

Fernando Galdi

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