Uma área que pertencia ao Banco do Brasil na Enseada do Suá, em Vitória, pode receber um condomínio de 43 andares a partir do ano que vem. O imóvel foi adquirido por R$ 37,7 milhões pelo grupo carioca Opportunity através de um leilão em junho de 2018. O empreendimento, que terá duas torres, será de uso misto, ou seja, residencial e comercial.
O terreno tem, no total, mais de 11 mil metros quadrados e fica na avenida Nossa Senhora dos Navegantes, próximo à Capitania dos Portos. Quando foi leiloada, era a maior propriedade à venda na Capital.
Segundo publicação no Diário Oficial de Vitória nesta quarta-feira (29), as duas torres abrigarão 500 apartamentos de um a quatro quartos. No térreo, haverá 46 lojas, 1.018 vagas de automóveis, 46 vagas de motocicletas, 555 vagas de bicicletas, 16 vagas para operações de carga e descarga de mercadorias e nove vagas para embarque e desembarque de passageiros. Serão 85.795,00m² de construção em 43 andares.
Segundo a prefeitura, esse é o maior número de pavimentos registrados em Vitória até o momento, ou seja, o megaempreendimento, se aprovado, será o mais alto da Capital. A reportagem questionou a Opportunity sobre o valor do investimento, prazos e geração de empregos no projeto, mas não teve resposta até a publicação desta matéria.
No próximo dia 18 de fevereiro será realizada uma audiência pública onde o projeto e o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) serão apresentados à comunidade. A reunião será no Hotel Golden Tulip, as 19h. A participação é garantida a todos os cidadãos. Na ocasião, será mostrada a caracterização do empreendimento, a demanda e oferta de vagas, a análise da capacidade viária do entorno, impactos sobre a infraestrutura urbana e paisagem, dentre outras questões.
Segundo a Gerente de gestão Urbana de Vitória, Anna Claudia Peyneau, a população deve se manifestar e apresentar ponderações durante a reunião, mas quem decide sobre a aprovação ou não da construção é o Conselho Municipal de Políticas Urbanas. Ela esclarece que a comunidade tem cadeira no conselho.
"Após a audiência, o processo fica aqui na prefeitura para ser consultado e questionado. Em seguida, produzimos um relatório sintetizando todo o caminho que o processo já passou e enviamos ao Conselho com uma recomendação que pode, ou não, ser acatada", explica.
No relatório, a prefeitura também pode recomendar medidas de compensação ou mitigação de impactos que venham a ser provocados na vizinhança pelo empreendimento. Caso as medidas sugeridas também sejam aprovadas no conselho, fica a cargo do empreendedor executá-las.
Peyneau afirma que não há prazo para que a decisão final seja dada, mas diz que isso deve acontecer em breve, já que as reuniões ocorrem a cada 15 dias.
Sobre a altura das torres, a gerente informou que, como o local está às margens de uma grande avenida, com fluxo intenso, não há limite de andares para os prédios. "O PDU (Plano Diretor Urbano) é menos restritivo para eixos metropolitanos de fluxo viário. A restrição de altura, em geral, é maior em locais com vias mais restritas" esclarece.
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