Apesar da crise econômica e sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus, o Espírito Santo registrou mais aberturas do que fechamentos de empresas em 2020. Isso é o que mostra o levantamento feito pela Junta Comercial do Espírito Santo (Jucees) publicado nesta quarta-feira (6), com base nos registros de criação e extinção de empresas até o dia 28 de dezembro.
De janeiro a dezembro de 2020, o Estado teve um saldo positivo de mais 4.256 novos negócios. Isso porque, no período, foram abertas 13.994 empresas e outras 9.738 fecharam as portas.
O resultado é pior que o do ano anterior. Em 2019, esse saldo foi de 5,7 mil novas empresas. No entanto, a avaliação do resultado pelo presidente da Junta Comercial, Carlos Roberto Rafael, é otimista.
“Dentro de um quadro pessimista, a nossa avaliação sobre esse cenário beira o otimismo. Estamos em um período de muitas incertezas e esse ano já se inicia com uma crise de saúde pública em que há um apontamento concreto para a normalidade. O que a gente viu, analisando esses dados, é de que não houve uma alteração substancial na abertura e baixas de empresas nem se comparado a 2019 e nem a 2010, no início da série histórica”, analisou Carlos.
O presidente também observa que a pandemia trouxe uma mudança no perfil das empresas abertas em 2020. Se nos anos anteriores os setores de vestuário e de alimentos lideravam, este ano o destaque foi abertura de empresas ligadas a serviços de saúde.
“São empresas com diversos vieses de saúde, entre elas prestadoras de serviço, venda de artigos de saúde e de medicamentos”, informou Carlos.
Para o presidente, isso aconteceu porque o Espírito Santo, apesar da crise gerada pela pandemia, tem um ambiente de negócio favorável e políticas públicas na gestão fiscal e de saúde que permitem maior sensação de segurança para abertura de novas empresas.
“O Espírito Santo é um Estado que a gente pode considerar um ponto fora da curva. Isso se deve muito pela gestão fiscal, organização, responsabilidade com gasto público, temos destaques em setores como petróleo e gás, cafeicultura, avicultura. Ainda temos uma posição privilegiada no Sudeste e seguimos boas políticas para a saúde durante a pandemia”, elencou o presidente.
Quando comparado apenas o número de negócios que fecharam as portas no Estado, 2020 terminou com 962 baixas de empresas a mais que em 2019. Entre os pontos que explicam isso, segundo o presidente, está a aprovação da Lei da Liberdade Econômica, que deu incentivo para empresas que na prática já não existiam, registrassem esse fechamento. “Então, acredito que isso tenha acelerado os processos de encerramento de empresas no início do ano”, comentou Carlos.
Vitória, Vila Velha, Serra e Linhares foram os municípios que apresentaram os melhores saldos na comparação entre abertura e fechamento de empresas no ano passado. Somadas, as quatro cidades registraram a abertura de 7.754 empresas, o que representa mais da metade de todas que abriram no Estado. Foram 869 novos negócios em Vitória; 804 em Vila Velha; 747 na Serra e 305 em Linhares. Nesses municípios, também foram fechadas, ao todo, 5.029 empresas.
Aparecem ainda na lista com os melhores saldos os municípios de Cachoeiro de Itapemirim (265), Cariacica (195), Colatina (166), Viana (120), Guarapari, (117) e São Mateus (103).
“Alguns municípios continuam predominando. Vitória com empresas de serviço; Linhares com a atração de grandes empresas pelo incentivo fiscal por estar na área da Sudene e, consequentemente, as prestadoras de serviço; Cachoeiro de Itapemirim, que é um polo regional e tem destaque na produção de granito; Viana, que tem despontado como polo de logística… elas vem em uma crescente e a tendência é se manterem assim”, explicou o presidente da Junta Comercial.
Já Fundão, na região Metropolitana de Vitória, foi a cidade que apresentou o pior saldo. O município terminou o ano com 46 empresas fechadas a mais do que as abertas, seguido de São Gabriel da Palha, com menos 34; e Venda Nova do Imigrante, com menos 15 empresas.
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