Apesar das manifestações registradas nesta quarta-feira (8) em rodovias que cortam o Espírito Santo, o que tem impedido caminhoneiros de seguir viagem e com isso transportar mercadorias, a Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) afirmou que os supermercados do Estado estão "devidamente abastecidos". Assim, a população não precisa correr para fazer compras e estocar produtos.
As mobilizações acontecem um dia após protestos a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) serem realizadas em todo o país. O movimento teve adesão de grupos de caminhoneiros durante o 7 de setembro.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), há manifestações em pelo menos dez trechos de rodovias federais no Espírito Santo, mas em nenhum há interdição. De acordo com a Polícia Militar, há ainda seis pontos em rodovias estaduais com protestos nesta quarta-feira.
A reportagem de A Gazeta flagrou pelo menos dois pontos da BR 101, em Viana e Linhares, onde dezenas de motoristas estavam parados. Alguns relataram que foram obrigados por manifestantes a parar no acostamento.
Embora a paralisação cause preocupação quanto à chegada de insumos ao Estado, a Acaps afirmou que "os supermercados capixabas estão, no momento atual, devidamente abastecidos para atender aos consumidores". A entidade disse que monitora os protestos para, caso necessário, adotar medidas que garantam a normalidade do abastecimento nos próximos dias.
"Reforçamos que não há necessidade de os consumidores realizarem compras para estocagem ou contribuírem para aglomeração nas lojas", informou, por meio de nota.
O diretor da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio) José Carlos Bergamin afirmou que o abastecimento no varejo ainda não foi afetado pelos protestos, mas o setor pode ser impactado caso as paralisações ultrapassem 24 horas.
O transporte de perecíveis, sobretudo, é uma das preocupações. Segundo Bergamin, há relatos de dificuldade na negociação da passagem de caminhões com este tipo de carga pelos trechos onde ocorrem as manifestações.
A situação também preocupa o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Espírito Santo (Faes), Júlio Rocha. Segundo ele, é possível que haja impacto no escoamento da produção agrícola.
“Vai ter dificuldade de escoar sim, principalmente os produtos perecíveis. O pessoal tem que monitorar e, se for o caso, melhor perder (o produto) do que querer transportar e ser travado”, diz.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), veículos que transportam produtos perecíveis estão sendo liberados para seguir viagem. Contudo, Júlio Rocha acredita que o risco é muito grande e pode desencorajar os agricultores. Ele mesmo conta que teria uma carga de gado vivo para transportar nesta quarta e desistiu.
Além disso, ele lembra que em algumas cidades do interior do Estado já falta combustível, também como consequência da manifestação. Com isso, até abastecer os caminhões para o transporte fica mais difícil.
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